Emilie Chamie: achados recentes sobre a sua trajetória profissional
2023; Linguagem: Português
10.5151/5spdesign-52
ISSN2318-6968
AutoresRita Sepulveda de FARIA, Marcos da Costa BRAGA,
Tópico(s)Academic Research in Diverse Fields
ResumoEmilie Chamie fez parte da geração de designers considerada pioneira dos anos 1950, que inaugurou a atividade profissional. Nascida no Líbano em 1927 estudou no IAC do MASP entre 1951 e 1953, o curso é considerado como a primeira experiência de ensino de design no Brasil (LEON, 2014). Ela teve uma atuação profissional bastante diversificada. Atuou em direção de espetáculos de dança, fotografia, escreveu contos; como designer fez projetos para cultura, comércio e indústria, alguns dos mais reconhecidos são a marca do CCSP e a do Teatro Brasileiro de Comédia TBC. Seus projetos participaram de inúmeras exposições nacionais e internacionais e receberam uma série de prêmios. Emilie foi casada com Mario Chamie, que teve importante participação política em São Paulo e cuja trajetória profissional esteve em muitas ocasiões interligada com a da esposa. O acervo do casal se encontra no IEB-Usp. A pandemia do Covid-19 interrompeu a pesquisa no acervo e a prioridade passou a ser entrevistas feitas de forma remota com amigos, assistentes e clientes. A partir da metodologia feminista buscou se aprofundar na trajetória da Emilie não em busca de um gênio desconhecido, sem tentar encaixar a trajetória dela em definições de categorias pré-estabelecidas, e sim olhar para o que ela de fato realizou. Questão principal: qual o lugar de Emilie Chamie na história do design gráfico brasileiro? Ela foi uma multiartista, foi muito mais do que uma designer gráfica, ela foi poeta visual, artista gráfica, artista visual, fotógrafa, designer etnográfica, diretora de espetáculos de dança, designer audiovisual, ela pensava o ritmo dos elementos visuais que ela compunha ora no espaço e tempo e ora no papel. Conhecer a sua trajetória ao longo de quase cinco décadas é uma nova forma de olharmos para esse período. Ela atravessou a profissionalização e institucionalização do campo do design, começou a atuar na área quando o termo “design” quase não era utilizado. Passou por mudanças de técnicas de trabalho e de linguagens visuais.
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