
Casamento e compadrio na casa-grande e na senzala: a família e a escravaria do Capitão Antônio Ferreira Leitão (Porto Alegre – finais do século XVIII a meados do XIX)
2023; Volume: 27; Issue: 01 Linguagem: Português
10.4013/hist.2023.271.03
ISSN2236-1782
AutoresAna Sílvia Volpi Scott, Dario Scott,
Tópico(s)History of Medicine and Tropical Health
ResumoA partir do cruzamento de fontes e dos seguimentos nominativos, este artigo estuda o casamento e o compadrio em localidade situada na antiga capitania (depois província) do Rio Grande de São Pedro. Analisamos a família do Capitão Antônio Ferreira Leitão, que ocupou lugar de destaque na hierarquia social de Porto Alegre e foi proprietário de numerosa escravaria. A família foi escolhida como foco da análise não apenas por representar uma das mais ricas da localidade, mas também porque os escra-vizados pertencentes à família Ferreira Leitão, no intervalo temporal analisado, tiveram acesso diferenciado ao matrimônio sacramentado na igreja e o capitão foi o proprietário do maior número de crianças escravizadas legítimas batizadas na Matriz de Porto Alegre (entre finais do século XVIII e primeira década do XIX). Essa constatação foi o mote para acompanhar a trajetória familiar do Capitão Ferreira Leitão e seus filhos, entre as décadas de 1780 e meados do século XIX, refletindo sobre suas opções em relação ao casamento e ao compadrio, assim como aquelas que foram identificadas para os escravizados que pertenciam às senzalas de seu grupo familiar. Os dados relativos à escravaria de Antônio Ferreira Leitão confirmam a hipótese de que havia uma política de permitir o casamento, manter a estabilidade e a convivência da família cativa, estimulando a reprodução dos escravizados.
Referência(s)