Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

LIPOMA DE CÓLON SILENCIOSO

2022; Thieme Medical Publishers (Germany); Linguagem: Português

10.1055/s-0043-1764692

ISSN

2317-6423

Autores

F. Apelbaum, Luísa de Rezende Cecilio Fares, Anna Caroline Coutinho das Neves, Mariana Maiolino de Olival, Patrick Dargains Medrado, Rodrigo Rego Lins, Leonardo Machado de Castro, Paulo César de Castro,

Tópico(s)

Gastrointestinal Tumor Research and Treatment

Resumo

Trazemos o relato de um caso de um paciente de 61 anos, do sexo masculino, que foi admitido com relato de perda de 8 Kg em 4 anos, e que negava demais sintomas. Foi solicitada colonoscopia, que evidenciou volumosa lesão a 30 cm da margem anal (sigmoide distal), de origem subepitelial, que ocupava quase totalmente a luz intestinal, móvel, recoberta de mucosa normal. Prosseguindo a investigação diagnóstica, foi realizada ressonância magnética, em que se visualizou lesão de 5,7x6,3x3,2 cm na parede do sigmoide, compatível com lipoma, além de coleta de CEA dentro da normalidade. Então, o paciente foi submetido a retossigmoidectomia robótica e anastomose primária com grampeador circular de forma eletiva, e recebeu alta hospitalar após cinco dias, com boa evolução clínica. Posteriormente, o laudo histopatológico do espécime cirúrgico corroborou a hipótese diagnóstica: lipoma submucoso. O lipoma de cólon pertence ao grupo de tumores de trato gastrointestinal (TGI) de caráter benigno. Apesar de raro, é o segundo mais frequente neste grupo, com incidência de aproximadamente 0,2% a 4% dos casos, sendo mais comum em mulheres acima dos 50 a 60 anos, e preferencialmente no cólon direito e no ceco. Em até 80% a 90% dos casos, se apresentam como lesão única, e a maioria se localiza no espaço submucoso. Geralmente cursam de forma assintomática, mas, quando maiores de 2 cm a 3 cm, podem provocar sintomas em mais de 75% dos pacientes, como: hematoquezia, dor abdominal, alteração do hábito intestinal, massa abdominal, perda ponderal, e obstrução intestinal por intussuscepção. O diagnóstico pode ser difícil, e está correlacionado com a localização e o tamanho do tumor, devendo-se excluir possíveis diagnósticos diferenciais como neoplasias malignas. O tratamento proposto na literatura é a ressecção por via endoscópica associada à ultrassonografia endoscópica (se até 2 cm) ou cirúrgica (se maior de 2 cm). No caso aqui descrito, o paciente contraria a literatura, tanto clinicamente quanto epidemiologicamente: homem, com grande lipoma de cólon descendente, assintomático, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil. Atualmente, a tendência mundial é caminhar para tratamentos menos invasivos, e há casos descritos de ressecções de grandes lipomas por via endoscópica. Para isso, se faz necessário suporte hospitalar e ultrassom endoscópico para minimizar complicações como perfuração da parede intestinal; caso contrário, a laparoscopia se mostra a melhor opção.

Referência(s)
Altmetric
PlumX