
RETOSSIGMOIDECTOMIA POR TUMOR SINCRÔNICO: RELATO DE CASO
2022; Thieme Medical Publishers (Germany); Linguagem: Português
10.1055/s-0043-1764719
ISSN2317-6423
AutoresAndressa Fernanda Biscaino de Alcântara Ferreira, André Antônio Abissamra, Rodrigo Tavore Strasser, Rodolfo Dahlem Melo, João Lucas Rosa, Pedro Henrique Bauth Silva, Moabe Rezende de Lima,
Tópico(s)Gastrointestinal disorders and treatments
ResumoUma mulher de 74 anos, admitida na enfermaria de cardiologia por diagnóstico de angina instável, apresentou enterorragia no oitavo dia de internação. Ela relatou a ocorrência de hematoquezia e ter doença diverticular prévia, e negou perda de peso e alteração do hábito intestinal. Era hipertensa, e negava etilismo e tabagismo. O exame físico de toque retal denotou presença de sangue vivo em dedo de luva. Na colonoscopia, foi visualizada uma lesão vegetante do cólon sigmoide (Paris tipo 3) de grandes dimensões, lobulada, friável e sangrante, recoberta por mucosa serrilhada, que ocupava cerca de 90% da luz do órgão. A tomografia de estadiamento evidenciou espessamentos parietais irregulares no retossigmoide, com extensão de 4,1 cm, e outro mais proximal no cólon sigmoide, com extensão de 4,6 cm, de natureza indeterminada, sugestivos de lesões neoplásicas sincrônicas, além de presença de divertículos cólicos sem sinais inflamatórios, o que levou à conclusão diagnóstica de doença diverticular e neoplasia de sigmoide. A abordagem cirúrgica escolhida foi a retossigmoidectomia em oncologia com anastomose término-terminal + transversostomia em alça de proteção. A paciente evoluiu de maneira estável no pós-operatório, com bolsa de colostomia preservada, e atualmente segue em acompanhamento ambulatorial com a cirurgia geral e a oncologia. O câncer colorretal (CCR) é a terceira neoplasia mais diagnosticada nas Américas, e, dos tumores primários do trato gastrintestinal, cerca de 27% são classificados como sincrônicos, e 73%, como metacrônicos. Tumores sincrônicos são aqueles que não podem ser considerados metástases, invasão ou recorrência do primeiro tumor identificado, e que foram diagnosticados menos de seis meses depois. Sua forma esporádica representa a maioria dos casos, sendo comum a ocorrência em pacientes maiores de 50 anos. Foi realizada a dosagem do CEA para o seguimento do tratamento e o exame de imuno-histoquímica, que revelou expressão nuclear intacta para as proteínas dos genes de reparo do DNA, compatível com adenocarcinoma colônico moderadamente diferenciado e infiltrativo. A classificação TNM da peça cirúrgica indicou tumor de estágio I, restrito à mucosa, sem comprometimento linfonodal e sem metástase. O adenocarcinoma colorretal sincrônico é ainda mais incomum no caso aqui descrito devido à paciente ser do sexo feminino e apresentar manifestação exclusiva de sangramento, que isoladamente é pouco comum no momento do diagnóstico deste câncer. Contudo,conclui-se que a terapêutica utilizada foi eficaz, e levoua um bom desfecho do caso.
Referência(s)