A natureza do Ser em Leibniz: unidade e multiplicidade

2021; Volume: 2; Issue: 2 Linguagem: Português

10.58942/rqs.v2n2.202111

ISSN

2675-570X

Autores

João Antônio Ferrer Guimarães,

Tópico(s)

Philosophy and Historical Thought

Resumo

Pretendemos, neste trabalho, investigar a noção leibniziana de substância, conceito que, para o filósofo, constitui a chave de toda verdadeira filosofia. Sua noção de substância pretende superar as duas noções clássicas, desenvolvidas por Aristóteles e Descartes; com maior ênfase, sua concepção de substância rompe com a noção mecanicista cartesiana, privilegiando uma noção dinâmica do Ser. No entanto, em Leibniz, o conceito de substância comporta aparente paradoxo: na natureza do ente real coexistem unidade e multiplicidade, simultaneamente. A solução do paradoxo implicado na oposição clássica uno-múltiplo enfatiza a transformação sofrida pela noção fundamental de seu sistema de metafísica, constituindo, assim, a essência de sua compreensão do Ser como força dinâmica. A chave para tal compreensão encontra-se na noção de Mônada. Enquanto substâncias simples, Mônadas não têm partes. O que não tem partes constitui uma unidade; Mônadas, no entanto, apresentam determinações internas que especificam essa unidade. Da distinção, fortalecida por suas qualidades e determinações, obtemos a multiplicidade do Ser; à vista disso, o real comporta infinitas substâncias individuais. Segundo o princípio da identidade dos indiscerníveis, cada ente real mantém sua identidade única ao mesmo tempo em que espelha, como totalidade, a realidade de todas as outras substâncias através da multiplicidade de suas propriedades. Desse modo, a Mônada só pode ser compreendida como multiplicidade intrínseca à unidade. Essa realidade complexa e ao mesmo tempo simples expressa um universo dotado de total inteligibilidade. A máxima racionalidade desse universo é traduzida em seu sistema da harmonia que, por fim, dá sentido à Monadologia.

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