Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Aumento na taxa de procedimentos de criopreservação de oócitos em clínica de reprodução assistida na cidade do Rio de Janeiro

2022; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1005

ISSN

0368-1416

Autores

Clara Haim, Luiz Augusto Giordano, Isaac Yadid, Thelma Santos Criscuolo,

Tópico(s)

Male Reproductive Health Studies

Resumo

Introdução: Por muito tempo a mulher foi limitada às tarefas domésticas e à maternidade. Todavia, com a maior atuação do movimento feminista nas décadas de 1930–60, a mulher passou a buscar cada vez mais a independên-cia financeira e o sucesso acadêmico e profissional, o que contribuiu para o adiamento da maternidade, aliado ao advento da pílula anticoncepcional. Assim, o assunto da maternidade é abordado em torno dos 30–35 anos, idade em que a fertilidade já pode estar prejudicada. O fator idade possui grande contribuição para a infertilidade feminina. Fisiologicamente, as mulheres possuem número finito de oócitos e, ao longo dos anos, ocorre a diminuição da reserva ovariana, influenciando no sucesso da gravidez. Com isso, as técnicas de reprodução assistida estão crescendo cada vez mais, com o objetivo de preservar a fertilidade e tornar uma gravidez possível. A criopreservação de oócitos interrompe o desenvolvimento das células por tempo indeterminado e, posteriormente, essas amostras podem ser utiliza-das para viabilizar uma gravidez por meio das técnicas de reprodução assis-tida. Hipotetizamos que a pandemia do SARS-CoV-2, a nova Resolução nº 2.294/21 do Conselho Federal de Medicina (CFM), aliados à popularização da reprodução humana assistida nas mídias sociais, estejam promovendo maior procura e realização dos procedimentos de criopreservação oocitária. Objetivo: Avaliar quantitativamente os casos de criopreservação de oócitos em um centro de reprodução assistida do Rio de Janeiro entre os anos 2016 e 2021. Materiais e métodos: O estudo foi realizado utilizando-se o banco de dados e a revisão de prontuários. Os números de casos com e sem o pro-cedimento de criopreservação de oócitos entre os anos 2016 a 2021 foram incluídos na análise. Foram gerados gráficos comparando o tempo com o número de observações para testar se houve ou não aumento nos anos de análise. Resultados: Em 2016, ocorreram 500 ciclos de punção ovariana, sendo 60 de criopreservação de oócitos. Em 2017, realizaram-se 645 pro-cedimentos, 105 deles de criopreservação de oócitos. Em 2018, ocorreram 109 casos de criopreservação de oócitos no total de 664 casos. Em 2019, foram 944 casos, sendo 169 de criopreservação de oócitos. Já em 2020, rea-lizaram-se 239 procedimentos de congelamento de oócitos do total de 1.007 procedimentos. Por fim, em 2021 foram concluídos 1.230 casos, 355 deles de criopreservação de oócitos. A porcentagem de casos de criopreservação de oócitos em cada ano permaneceu praticamente constante durante 2016 (12,0%), 2017 (16,2%), 2018 (16,4%) e 2019 (17,9%), porém observou-se aumento em 2020 (23,7%) e 2021 (29,1%). Conclusão: Com base na análise de dados, observamos que houve aumento progressivo dos casos totais e de criopreservação de oócitos nos cinco anos analisados. Logo, foi observado aumento progressivo no número de ciclos totais, representando 20% ao ano, e nos casos de criopreservação de oócitos, representando 40% ao ano, nos últimos cinco anos.

Referência(s)
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