Endometrioma pélvico volumoso em paciente pós-menopausa na vigência de reposição estrogênica/progestagênica
2022; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1018
ISSN0368-1416
AutoresFrancisco Luiz da Silva Thomé, Tereza Maria Pereira Fontes, Fernando Moreira Dornellas Rodrigues, Roberto Luiz Carvalhosa dos Santos, Brenda Rios Ribeiro, Fernanda Almenara Silva dos Santos Godim,
Tópico(s)Education and Social Development in Ukraine
ResumoIntrodução: A endometriose é uma doença inflamatória benigna, depen-dente de estrogênio, que afeta mulheres durante várias etapas de sua evolu-ção biológica, desde a pré-menarca, passando pelo menecma e até mesmo no período pós-menopausa. Acredita-se que a terapia de reposição hormo-nal possa aumentar a recorrência da doença, dado seu efeito sobre os focos restantes de endometriose na pelve. Relato de caso: Paciente de 38 anos foi diagnosticada com endometriose em 2017, quando foi realizada cirurgia con-servadora com exérese de focos endometrióticos, lise de aderências e retirada de endometrioma ovariano esquerdo medindo 5 cm. Retorna em 2019 com recidiva das lesões e dor pélvica, sendo indicada e realizada uma cirurgia ampliada: histerectomia total abdominal com salpingo-ooforectomia bila-teral; em seguida, foi iniciada terapia de reposiçã o estrogênica associada a progesterona por fogachos intensos. Em 2020, três anos após o segundo pro-cedimento cirúrgico, a paciente retorna ao ambulatório com queixa de dor abdominal intensa associada a retenção urinária. Ao exame, apresenta massa abdominal ocupando toda a pelve e estendendo-se até 3 cm acima da cicatriz umbilical. A ressonância magnética revelou uma volumosa formação expan-siva de aspecto cístico com debris localizada na porção central/hipogástrio, medindo 20.9 × 10,3 × 13,2 cm, com volume 1.477,6 cm2, e hidronefrose bila-teral associada. Indicou-se laparotomia exploradora, na qual foi realizada exé-rese do cisto. O resultado do exame histopatológico confirmou o diagnóstico de cisto endometriótico sem malignidade. Conclusão: Achamos importante relatar o caso raro de recidiva de endometriose pélvica na forma de endome-trioma volumoso no período pós-menopausa, na vigência de reposição hor-monal, mesmo após a remoção de útero e anexos. O caso em questão pode-ria ter como diagnóstico diferencial a síndrome do ovário remanescente, que ocorre por falha na esqueletização do ligamento infundíbulo pélvico, deixando um fragmento de ovário na pelve, ou pela presença de tecido ovariano ectó-pico retroperitoneal. Entretanto, quando isso acontece, em geral a paciente não desenvolve sintomas climatéricos.
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