Artigo Acesso aberto

Impacto da jornada LGBTQIA+: assistência em saúde a mulheres que fazem sexo com mulheres na formação de estudantes da área da saúde

2022; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1023

ISSN

0368-1416

Autores

Lia Cruz Vaz da Costa Damásio, Ana Vitória de Jesus Félix, Bruna Benigna Sales Armstrong, Juliana Guimarães de Macau Furtado, Laura Beatriz Soares Mineiro,

Tópico(s)

Gender, Sexuality, and Education

Resumo

Introdução: A necessidade de discussão de pautas sobre direitos sexuais e reprodutivos é urgente à sociedade atual. Movimentos sociais buscam mais inclusão de grupos marginalizados, por isso é preciso disseminar conhecimentos sobre saúde da mulher. No Brasil, dados mostram que 3 a 5% das mulheres experienciaram relação sexual com outras mulheres ao longo da vida. Nesse cenário, observa-se um número expressivo de pessoas que precisam ter suas necessidades atendidas. No entanto, pesquisas apontam os serviços de saúde como um dos principais contextos para a ocorrência de discriminação para a população de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). Nesse sentido, organizou-se a Jornada LGBTQIA+: Assistência em Saúde à Mulher que faz Sexo com Mulher (MSM). Objetivo: Demonstrar a importância da realização de cursos que discutam o atendimento e as vivências em saúde da população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais e todas as demais variedades da sexualidade humana (LGBTQIA+), especialmente de mulheres lésbicas e bissexuais, para a formação de profissionais da saúde. Materiais e métodos: A organização de integrantes do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) reuniu-se online durante maio e junho para a definição logística e de métodos avaliativos. Em virtude da pandemia da COVID-19, optou-se pela transmissão de quatro aulas no canal do YouTube, ao fim das quais foi disponibilizado um formulário de feedback e presença. Foram abordados: a invisibilidade das MSM no sistema de saúde, a maternidade em casal de mulheres e desafios impostos, práticas sexuais e cuidados em saúde das MSM. Houve também uma mesa redonda de mulheres lésbicas e bissexuais sobre os entraves para a assistência em saúde. O público incluiu acadêmicos da área da saúde e membros da comunidade com interesse pelos temas desenvolvidos. Resultados: A Jornada contou com 79 inscritos (36,7% deles estiveram presentes em todas as palestras), estudantes e profissionais de áreas diversas, principalmente da área da saúde, atingindo os objetivos de reduzir a deficiência dos debates sobre esse assunto durante a graduação e conferir visibilidade às MSM. Conclusão: Foi evidente a quantidade de dúvidas que conseguiram ser sanadas no decorrer da ação. Muitos ainda não sabem como proceder diante de minorias sexuais, mostrando que são necessárias pesquisas adicionais sobre necessidades de saúde e proteção contra infecções sexualmente transmissíveis para MSM, melhor formação e aproximação para gestores e profissionais da saúde. Ademais, a discussão sobre maternidade em casais de mulheres revelou a necessidade de um olhar humanizador nos serviços de saúde, além de mostrar como o profissional pode ser um agente transformador dessa vivência. Houve uma importante interação e troca de experiências entre inscritos, palestrantes e MSM. Dessa forma, o evento contribuiu para minimizar a invisibilidade dessa parcela da população, colaborando para a formação de profissionais de saúde mais humanos e éticos.

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