A incidência de parto natural versus cirúrgico: um estudo transversal entre os anos 2018 a 2021 nas regiões do Brasil
2022; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1050
ISSN0368-1416
AutoresBruna Reis Araújo Rocha, Lara Gordiano Nunes Mascarenhas, Luanna Guimarães de Almeida Gonzalez, Yasmin de Menezes Marinho, Natália Guerreiro Costa Neeser,
Tópico(s)Maternal and Perinatal Health Interventions
ResumoIntrodução: O parto vaginal é recomendado pela comunidade internacional de saúde como via preferível de parto para as gestantes que não se enquadram nas recomendações da cirurgia cesariana para a redução de riscos de morbimortalidade materna e neonatal. Entretanto, apesar de a taxa ideal de partos cesarianos residir em 10–15% em quaisquer regiões mundiais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), observa-se tendência de aumento na escolha e na execução dessa via, seja por parte da gestante, seja por parte do obstetra responsável. Uma análise transversal dos partos realizados no Brasil no período entre 2018 e 2021 revela que tal crescente também é verdadeira em território nacional. Objetivos: Comparar a incidência de parto normal e de parto cesariano nas regiões do Brasil, entre 2018 e 2021. Materiais e métodos: O presente artigo é um estudo transversal, que visa à análise e à comparação da realização de partos normais e de partos cesarianos no Brasil e individualmente em cada região, entre os anos de 2018 e 2021. Para isso, foi feita a abordagem quantitativa, que se traduz nos números e nos dados coletados, analisados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e acessados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS, Tabnet). Tais dados foram organizados em tabelas e gráficos utilizando o Microsoft Excel® (v.16.52). Resultados: Na análise dos dados, nota-se que é crescente, a cada ano, o número de cesarianas, que passou de 44 a 47% dos partos registrados no Brasil entre os anos de 2018 e 2021, ao passo que o parto normal se apresenta em queda no país, saindo de 56 para 53% nesse mesmo período. Em duas regiões do Brasil (Centro-Oeste e Sul), nos anos de 2020 e de 2021, foi observada uma mudança no padrão até então observado nas regiões, na medida em que, no Centro-Oeste, a porcentagem igualou-se a 50% em ambas as vias em 2020 e, em 2021, 51% eram apenas cesáreas. Já na Região Sul, nesse mesmo período, foi registrada prevalência de 51% de partos cesarianos no ano de 2020, que se manteve em 2021. Nas outras regiões do país, o número de partos naturais ainda é maior do que o de partos cirúrgicos, mesmo com o constante aumento do número de cesáreas. Conclusão: Diante do exposto, contrariando as expectativas da OMS de apenas 15% de cesáreas na totalidade de partos realizados, no Brasil, o número de partos cirúrgicos foi crescente entre os anos de 2018 e 2021, ao passo que a incidência de parto normal apresentou queda de 3% ao longo desses anos. Ademais, ao se compararem as diferentes regiões, revela-se a prevalência de parto cesáreo nas Regiões Centro-Oeste e Sul, sendo necessários estudos adicionais epidemiológicos que demonstrem quais fatores estão relacionados à sobreposição pregressa do parto cirúrgico ao natural nessas regiões.
Referência(s)