
Análise do perfil epidemiológico de gestações aloimunizadas assistidas em centro de referência no Rio de Janeiro entre 2015 e 2020
2022; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1053
ISSN0368-1416
AutoresMaria Eduarda Terra, Eduardo Teixeira, Aline Izzo, Fernanda Vasconcellos, Guilherme Ramires de Jesús, Fernando Maia Peixoto Filho,
Tópico(s)Blood donation and transfusion practices
ResumoIntrodução: A doença hemolítica perinatal (DHPN) é um tipo de anemia hemolítica causado por incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Trata-se de uma doença de elevada morbimortalidade perinatal, que pode ter seus riscos reduzidos por uma boa assistência pré-natal, que permite diagnóstico e intervenção precoce nos casos de maior gravidade. Objetivos: Analisar a população de gestantes aloimunizadas assistidas em centro de referência no Rio de Janeiro e descrever dados de seu acompanhamento pré-natal, antecedente obstétrico, parto e principais desfechos perinatais. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo, descritivo, com obtenção de dados por análise de prontuários de gestantes assistidas na Área de Atenção à Gestante da instituição que tiveram resultado do teste de Coombs indireto positivo, anti-D, realizado na própria instituição entre os anos de 2015 e 2020 e de seus respectivos recém-natos. Resultados e conclusão: A média de idade gestacional do início do pré-natal na instituição foi de 23,89 semanas e a de número de consultas de pré-natal foi de 6,14. Quanto à paridade, a média foi de 3,56. A respeito da dosagem da maior titulação de anti-D, a mediana foi de 1:32 e 81,4% tiveram titulação de anticorpo maior ou igual a 1:16. Em 66 casos (68%) as gestantes foram submetidas à avaliação de Doppler da ACM, das quais 11 tiveram medida maior do que 1,5 desvios da mediana — achado compatível com alto risco de anemia fetal. Entre elas, cinco foram submetidas a TIU e duas tiveram o diagnóstico de hidropsia fetal, A idade gestacional média de interrupção da gestação foi de 37 semanas. Vinte e seis (32,5%) partos ocorreram antes de 37 semanas e quatro (5%), antes de 34 semanas. Na amostra analisada, em nove casos não havia informação sobre o acompanhamento neonatal e, entre os 71 restantes, não houve nenhum caso de óbito durante a internação. A assistência pré-natal prestada na instituição resulta em desfecho neonatal satisfatório, com baixas taxas de TIU e de óbito fetal e neonatal. No entanto, a assistência pré-natal à população geral ainda está aquém do ideal, refletindo em atraso na chegada para atendimento no centro de referência e, sobretudo, em falha na administração da profilaxia com imunoglobulina anti-D.
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