Artigo Acesso aberto

Atonia uterina tardia: relato de caso

2022; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1056

ISSN

0368-1416

Autores

Patrícia Leite Brito, Bruna Borges Santos, Yasmin Silva Queiroz, Bárbara Vasconcelos Santos, Shirlene Simão Martins, Luís Alexandre Lira de Castro,

Tópico(s)

Maternal and fetal healthcare

Resumo

Introdução: A atonia uterina corresponde à perda da capacidade de contração do útero após o parto, o que aumenta o risco de hemorragia pós-parto, colocando em risco a vida da mulher. Quanto a sua temporalidade, pode ser precoce se acontece até as primeiras 24 horas do pós-parto e tardia quando ocorre até quatro semanas após o parto. Sua epidemiologia está relacionada a gravidez múltipla, alteração da morfologia uterina, trabalho de parto prolongado, obesidade materna, idade materna nos extremos da vida reprodutiva e episódio de hipertensão na gravidez. Relato de caso: Paciente de 26 anos, G2P2cA0, procedente da capital, com dez consultas de pré-natal, hipertensa em tratamento, sem outras comorbidades e exames laboratoriais normais. Foi internada em maternidade pública terciária com idade gestacional de 37 semanas e encaminhada para cesariana por adramnia. O procedimento ocorreu sem anormalidades, e a paciente foi encaminhada para alojamento conjunto, onde permaneceu por três dias e recebeu alta em boas condições clínicas. No nono dia pós-operatório, a paciente dá entrada na emergência obstétrica com quadro de hemorragia uterina, hipotensão e choque hipovolêmico. Realiza-se a estabilização do quadro e encaminha-se a paciente para laparotomia exploradora, que exibiu útero em atonia, flácido, infiltrado e com grande quantidade de coágulos, sendo a mulher submetida a histerectomia subtotal. A paciente foi encaminhada para a unidade de terapia intensiva materna por 24 horas e depois para a enfermaria por mais dez dias, para tratamento com antibióticos e monitoramento clínico. Conclusão: A atonia uterina tardia é uma entidade rara e de alta letalidade entre as causas de hemorragia uterina pós-parto. O uso de medidas e condutas do protocolo obstétricos reduz os riscos e a taxa de complicações, prevenindo os desfechos desfavoráveis. O reconhecimento rápido e eficaz da situação deve constar no preparo e treinamento das equipes da emergência obstétrica, para intervirem no momento adequado.

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