
Gravidez na adolescência: frequência de nascidos vivos de mães adolescentes, brancas e pretas, no município do Rio de Janeiro, 2010 a 2020
2022; Linguagem: Português
10.5327/jbg-0368-1416-2022132s1074
ISSN0368-1416
AutoresMaria Isabel do Nascimento, Leticia Hoepers Baasch, Felipe Carvalhal Pittan, Pedro Henrique Brandão da Silva,
Tópico(s)Science and Education Research
ResumoIntrodução: A gravidez na adolescência é um fenômeno mundial presente na vida de famílias que vivem principalmente em condições socioeconômicas desfavoráveis, conduzindo jovens adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade a um aprofundamento das desigualdades individuais e sociais. Objetivo: Verificar a proporção de nascimentos de mães adolescentes brancas e pretas, de dez a 19 anos, no município do Rio de Janeiro, de 2010 a 2020. Materiais e métodos: A gravidez de mulheres de até 19 anos foi considerada precoce. A pesquisa foi realizada por consulta ao Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos disponibilizado via plataforma TABNET do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), selecionando-se o município do Rio de Janeiro, o período de 2010 a 2020, e considerando-se as cores de pele branca e preta e duas faixas etárias: dez a 19 anos (adolescência) e dez a 49 anos (idade reprodutiva). Proporções de nascimentos por cor da pele foram estimadas e comparadas usando o teste χ2, com nível de significância de 5%. Resultados: No período analisado, ocorreram 449.617 nascimentos de bebês na população de mulheres brancas e pretas de dez a 49 anos no município do Rio de Janeiro. Do total de nascimentos, 358.211 foram registrados em mulheres brancas, sendo 33.886 considerados em idade precoce (10–19 anos), correspondendo à prevalência de 9,5%. Na população de mulheres pretas de dez a 49 anos, houve 91.406 nascimentos, dos quais 16.333 foram considerados em idade precoce (10–19 anos), indicando prevalência de 17,9%. A comparação das proporções foi estatisticamente significante (p<0,01). Conclusão: A prevalência de nascimentos nas adolescentes brancas e pretas como um todo foi superior a 11% no município do Rio de Janeiro. A ocorrência desse fenômeno foi quase duas vezes mais prevalente em meninas pretas comparadas com as brancas. Os achados sugerem que a gestação na adolescência está afetando desproporcionalmente as meninas pretas e acentuando as desigualdades em minorias delimitadas pela cor da pele preta no Rio de Janeiro.
Referência(s)