
MAPEAMENTO DA FRAGMENTAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NA BACIA DO RIO POJUCA (BAHIA, BRASIL)
2023; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
10.59033/cm.v8i2.883
ISSN2525-6580
AutoresZilvânia Martins de Oliveira, Mara Rojane Barros de Matos, José Antonio da Silva Dantas,
Tópico(s)Environmental and biological studies
ResumoA Bacia do Rio Pojuca está localizada em região caracterizada pela presença de pequenas fazendas de criação de gado, distrito florestal e minifúndios de subsistência, e possui cerca de 4.341,00 hectares, e percorre aproximadamente 200 km. É o rio de maior área de extensão de drenagem dentre as bacias hidrográficas inseridas na região do Recôncavo Norte. Encontram-se entre dois grandes biomas: sua nascente, localizada no município de Santa Bárbara, em área de Caatinga (Savana Estépica e área de transição Savana Estépica/Floresta Estacional) sob clima semiárido, e sua foz, em área de Mata Atlântica (Floresta Estacional e Floresta Ombrófila), sob clima úmido. O objetivo foi realizar o mapeamento da bacia no contexto da ecologia da paisagem, avaliar a integridade ecológica dos fragmentos de vegetação nativa e mapear as áreas de preservação permanente (APP). Para diagnosticar a integridade ecológica dos fragmentos e avaliar a extensão da vegetação nas margens dos cursos d’água, torna-se essencial a abordagem da ecologia da paisagem, caracterizando os elementos da paisagem através da utilização do Sensoriamento Remoto e dos Sistemas de Informação Geográfica. Foram utilizadas imagens multiespectrais e ortorretificadas satélite RapidEye, anos 2009-2011, software ArcGis 10.2. Utilizou-se base vetorial cartográfica de hidrografia e limites municipais na escala 1:50.000 do IBGE, dados de uso e cobertura vegetal do Departamento de Desenvolvimento Florestal (1998). A integridade ecológica foi avaliada através do índice de Vulnerabilidade Ecológica Relativa. A paisagem da bacia do Rio Pojuca encontra-se altamente fragmentada. Foram mapeados um total de 927 fragmentos ou manchas, totalizando uma área de aproximadamente 85.155 hectares (ha). O menor fragmento apresentou área de 0,374 ha e o maior 2.991,617ha, cerca de 34,2%, possuem área até 5 hectares e apenas 7,3% dos fragmentos com mais de 100 hectares. Na Floresta Ombrófila Densa 56,7% dos fragmentos têm tamanho menor que 50 ha e apenas 27,5% são maiores que 100 ha. Para a Savana Estépica, 95,9% dos fragmentos tem tamanho menor que 50 ha, sua vegetação foi quase que totalmente substituída por agropecuária e pastagens abandonadas, perdendo em torno de 90% de sua área original quando comparamos com os dados do DDF (1998). A Floresta ombrófila perdeu em torno de 36,9% da sua área para o mesmo período. O processo de fragmentação de uma área tem duas consequências imediatas: a primeira delas é a subdivisão do habitat antes contínuo, a outra é a perda de área. Este processo levará a extinção local de espécies que precisam de áreas maiores para se mantiver, sendo a principal causa da perda da biodiversidade. Nas áreas de Floresta Estacional Decidual e Savana Estépica mais de 95% dos fragmentos encontra-se com alta vulnerabilidade ecológica. Na Floresta Ombrófila, 45,8% dos fragmentos possuem alta vulnerabilidade, e 21,2 com pouca vulnerabilidade. As matas ciliares não escaparam da fragmentação e foram alvo de todo tipo de degradação, basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens dos rios, eliminando todo o tipo de vegetação ciliar, e muitas sofrem hoje com constantes inundações, poluição, doenças e modificações da paisagem, efeitos negativos dessas ações devastadoras.
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