
O traumático e as disputas pela memória na cena pública brasileira: Marielle Franco e Borba Gato
2023; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 12; Issue: 3 Linguagem: Português
10.22456/2238-152x.122346
ISSN2238-152X
AutoresGiovanna Botini Zortea, Lucas de Oliveira Alves, Paula Campos Andrade, Marcela de Andrade Gomes,
Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoPor meio de um método ensaístico, sustentado pela teoria psicanalítica e seus enlaces com as teorias decoloniais e sociais críticas, este artigo reflete sobre as disputas pela memória e as possibilidades de elaboração de traumas coloniais, analisando os simbolismos de duas experiências ocorridas na cena pública brasileira: a quebra da placa em homenagem à memória de Marielle Franco e a queima da estátua em homenagem à Borba Gato. Apontamos que a aparição destas duas figuras no espaço público, bem como o atentado a elas, instauram diferentes possibilidades de compreensão da história e de elaboração de traumas psicossociais. Concluímos que o atentado à placa de Marielle se trata de uma tentativa de apagar sua memória, bem como dos diversos grupos oprimidos (mulheres, LGBTQIA+, pessoas negras) simbolizados por ela, mantendo, assim, as repetições mórbidas oriundas dos traumas coloniais. Já o atentado à estátua de Borba, simbolismo da expansão bandeirante no país, tensiona uma história oficial que oblitera as violentas ações perpetradas pelo Estado e segmentos da sociedade civil.
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