Portal de Periódicos da CAPES

Perfil epidemiológico dos pacientes com Câncer de Mama atendidos em hospital de referência no Amazonas durante a pandemia de 2020

2023; Brazilian Journal of Development; Volume: 9; Issue: 05 Linguagem: Português

10.34117/bjdv9n5-137

2525-8761

I N Costa, Luana Izabela Azevedo De Carvalho, Kimberly Farias De Oliveira, Guilherme Vieira Pereira, Henrique Vieira Pereira, José Guilherme Maia, Márcio Henrique de Carvalho Ribeiro, Hilka Flávia Barra do Espírito Santo Alves Pereira,

Palliative and Oncologic Care

Introdução: No período de pandemia do Coronavírus (SARS-CoV-2) iniciado em 2020, as cirurgias e os atendimentos oncológicos, inclusive rastreamento de câncer, foram suspensos na maior parte do Brasil. Isso ocorreu devido à priorização das urgências e da diminuição de aglomerações, assim, reduzindo o risco de contaminação do Covid-19 nos centros de saúde. Com isso, o rastreamento do câncer de mama foi protelado. O objetivo deste trabalho foi identificar o perfil epidemiológico dos pacientes tratados com câncer de mama na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON) durante a pandemia de 2020. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, epidemiológico, descritivo e observacional realizado avaliando-se prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer de mama submetidas a tratamento cirúrgico na FCECON durante a pandemia de 2020. Foram avaliadas 279 mulheres diagnosticadas com câncer de mama no período de março a dezembro de 2020. Resultados: O tempo decorrido entre a primeira consulta e a cirurgia das pacientes foi em média de 6 meses, sendo que a maioria 29% foi de 4 a 7 meses. Mais da maioria (64,1%) das mulheres apresentava em Estádio Clínico IIA e IIB, 36,5% estádios IIIA e IIIB.Sobre o tipo de cirurgia, 160 (57,3%) foram submetidas a Mastectomia, 109 (39,1%) Cirurgia Conservadora e 10 (3,8%) Cirurgias Reconstrutoras. Conclusões: Houve um significativo atraso no tratamento devido as dificuldades impostas no período da pandemia, podemos citar entre elas a barreira sanitária imposta entre municípios, estados e países e também o medo de contaminação no ambiente hospitalar das próprias doentes. Entre os inúmeros prejuízos que a pandemia causou, destacamos o aumento no diagnóstico de casos em fases mais avançadas da doença, configurando, assim, menores chances de cura e piora da qualidade de vida das pacientes, não só em nosso estado, mas em todo o mundo.