Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Usos do conceito de indigenização nos museus franceses

2023; Issue: 40 Linguagem: Português

10.11606/issn.2448-1750.revmae.2023.200445

ISSN

2448-1750

Autores

Mélanie Roustan, Regiane Queiroz Theyss,

Tópico(s)

Cultural Heritage Management and Preservation

Resumo

Se considerarmos o movimento global de descolonização do pensamento museológico, como explicar que algumas instituições adotaram o conceito de indigenização como um princípio unificador, enquanto outras o abandonaram deliberadamente? Este artigo, situa e analisa o caso francês na temática proposta. Após uma análise de contexto – reconfiguração dos museus de etnografia e requalificação das suas coleções –, passamos a uma análise crítica sobre diferentes caminhos percorridos: museologia colaborativa, restituição de restos humanos e valorização da arte contemporânea. Consideramos, em seguida, o exemplo da abordagem da cultura Maori pelo Museu Quai Branly, e a restituição de cabeças tatuadas mumificadas pela França à Nova Zelândia, como eixo de reflexão sobre o impacto do conceito de “indigenização” nos museus franceses. A conclusão apresenta a formulação de algumas hipóteses sobre a relutância francesa – sua resistência? – relacionada às novas lógicas transnacionais relativas ao conceito de indigenização; e questiona a ação dos museus com relação à herança colonial, e ao seu papel na manutenção de relações materiais com o sagrado.

Referência(s)