Artigo Acesso aberto

QUANDO AS CIDADES ADOECIAM? A PÓLIS NOSOÛSA NA GRÉCIA CLÁSSICA

2023; Coimbra University Press; Volume: 29; Issue: 1 Linguagem: Português

10.26770/phoinix.v29.n1a4

ISSN

2527-225X

Autores

Aghata Bacelar,

Tópico(s)

Foucault, Power, and Ethics

Resumo

Após propor que a metáfora da pólis nosoûsa assimila a cidade grega antiga não a um corpo (concebido como organismo), mas a uma pessoa, este artigo discute as principais passagens em que ocorre a imagem da cidade adoecida, no intuito de sugerir que ela aponta para um nível extremo de distúrbios políticos, que ameaça a existência da própria comunidade. A metáfora convida, portanto, a pensar o conflito e o consenso como termos opostos – com uma gama de possibilidades indo de um ao outro – em vez de contraditórios. E, uma vez que nas cidades gregas antigas o conflito político frequentemente se associa com a philotimía, ‘busca de honras’, o artigo conclui observando que a metáfora da cidade adoecida segue o mesmo princípio operante nas narrativas de injustiças punidas por doenças enviadas por divindades: a manutenção do equilíbrio social pelo compartilhamento justo das timaí.

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