
Uma arqueologia do não-contato: povos indígenas isolados e a materialidade arqueológica das matas e plantas na Amazônia
2022; Volume: 35; Issue: 3 Linguagem: Português
10.24885/sab.v35i3.975
ISSN1982-1999
AutoresDaniel Cangussu, Laura Pereira Furquim, Wlliam Perez, Karen Shiratori, L. L. Machado, Ana Carla Bruno, Eduardo Góes Neves,
Tópico(s)Indigenous Health and Education
ResumoA partir da institucionalização da política do não-contato pela FUNAI na década de 1980, há uma demanda pelo desenvolvimento de métodos de monitoramento dos povos indígenas isolados, buscando respeitar sua recusa ao contato. Neste cenário, se entrelaçam a arqueologia e o indigenismo. O monitoramento tem por base a análise dos vestígios deixados nas florestas: acampamentos abandonados, caminhos antigos ou recentes, áreas de manejo florestal, armadilhas de pesca e outras marcas gravadas nas árvores, que indicam a presença humana. Se a análise dos vestígios dos povos isolados se conforma como uma arqueologia do tempo presente, então a efetivação da política oficial do isolamento criou uma prática de “arqueologia do não-contato”. Este artigo busca sistematizar uma parte do conhecimento acumulado nas últimas décadas por indigenistas, e integrá-lo à prática arqueológica, a partir da análise de ecofatos que derivam do manejo e do uso de plantas, expressos principalmente em feições antrópicas na mata.
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