
No submundo do terror e da conspiração no Telegram
2023; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA; Volume: 5; Issue: 1 Linguagem: Português
10.14393/htp-v5n1-2023-68020
ISSN2674-7502
AutoresMarcos Alexandre Fernandes Rodrigues,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoNo cenário nacional, tem-se muito discutido sobre a organização neonazista “Dogolachan” que, como se noticia, está vinculada a três massacres escolares, além da morte de alvos humanos específicos. A esse respeito, o objetivo é analisar, dialogicamente, a construção estilística de enunciados recortados do grupo da organização “Dogolachan” no Telegram, com a intenção de verificar as posições ideológicas expressas. A fundamentação teórica tem como aporte as obras de Volóchinov (2018, 2019a, 2019b, 2019c), de modo a subsidiar reflexões sobre estilo discursivo. Na tentativa de robustecer isso, põe-se em interlocução Bakhtin (2011a, 2011b, 2015, 2018a, 2018b) e Medviédev (2016). No que engloba à metodologia, escolhem-se estes procedimentos: 1) identificação e seleção da organização; 2) observação e registro das interações discursivas; 3) esboço de questões de pesquisa; 4) análise dialógica dos enunciados; e 5) escrita e apresentação dos resultados. São mobilizados 9 enunciados a partir destes critérios: a) publicado no canal oficial da organização; b) produzido entre os anos de 2021 e 2022; c) expresso por diferentes integrantes-locutores. Nesse contexto, os resultados permitem compreender que os membros-locutores da organização “Dogolachan” inferiorizam o peso sócio-hierárquico de seus alvos humanos ao desumanizá-los por meio da misoginia, do racismo e do capacitismo recreativos. É de se espantar que, além disso, os “dogoleiros” possuam como fito o assassinato de professores e funcionários de escolas, políticos e Ministros do STF, já que o terror social é uma nova solução final.
Referência(s)