Acidente botrópico em cão na região Noroeste do Espírito Santo
2023; Brazilian Journal of Development; Volume: 6; Issue: 2 Linguagem: Português
10.34188/bjaerv6n2-084
ISSN2595-573X
AutoresArthur Zamprogno Benezoli, Rafaela Dias Avelar, Laura Lúcia Fontana Dos Santos, Juliana Sesana Coradini, Heithor Campostrini Delapicula, Virgílio Zoppi Lemos, Sara Palmejani Gonçalves, Tatiani Bellettini Dos Santos, Joamyr Victor Rossoni, Orlando Chiarelli-Neto, Rafael Mazioli Barcelos, Fernanda Cristina de Abreu Quintela Castro, Michelle Lima Garcez, Clairton Marcolongo Pereira,
Tópico(s)Bioactive Natural Diterpenoids Research
ResumoO envenenamento por picada de cobra é uma condição que afeta seres humanos e animais em todo mundo. No Brasil, as serpentes venenosas existentes pertencem aos gêneros Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus. Contudo, os acidentes botrópicos são os mais frequentemente descritos na medicina humana e veterinária. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever um caso de acidente botrópico em um cão na região noroeste do Espírito Santo, destacando suas características clínico-laboratoriais. Foi atendido um canino, macho, castrado, sem raça definida (SRD), de 1 ano de idade, proveniente da zona rural do município de Pancas, região noroeste do Espírito Santo, com suspeita de picada de cobra do gênero Bothrops. O animal apresentava sangramento e algia intensa em membro torácico direito. Foi realizada a administração do soro antiofídico e fármacos analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e hemostáticos. Nos exames laboratoriais, o paciente apresentou anemia intensa, hipoproteinemia, leucocitose por neutrofilia e trombocitopenia, além de hipoalbuminemia e aumento nas concentrações fosfatase alcalina e ureia. O diagnóstico de acidente ofídico por cobra do gênero Bothrops baseou-se nas alterações clínico-laboratoriais típicas e pela visualização da serpente pelo tutor. A alta incidência de acidentes botrópicos no Brasil ocorre devido à vasta distribuição geográfica das serpentes no país. Os sinais clínicos e as alterações hematológicas e bioquímicas observadas nos animais ocorrem devido a diversas enzimas, peptídeos e proteínas presentes no veneno que causam os efeitos deletérios locais e sistêmicos descritos. A terapia consiste, principalmente, na administração do soro antiofídico e fármacos adjuvantes para controle dos efeitos locais. Chama-se a atenção que as estatísticas de acidentes ofídicos na medicina veterinária baseiam-se principalmente em relatos de casos ou estudos feitos nos centros de diagnósticos das universidades do país, devido a não obrigatoriedade da notificação desses acidentes.
Referência(s)