
“Quem pode livrar-se, porventura, dos laços que Amor arma brandamente?”: uma leitura das rainhas n’Os Lusíadas
2023; Volume: 15; Issue: 29 Linguagem: Português
10.11606/issn.2175-3180.v15i29p218-244
ISSN2175-3180
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Aesthetics
ResumoNo presente artigo propomos pensar Os Lusíadas como uma épica amorosa, que tem sua máxima expressão no feminino. Para isso, analisaremos brevemente as intervenções de Vênus na narrativa, como patrocínio à causa portuguesa, e aprofundaremos as manifestações da deusa do amor nas suas equivalências humanas: as rainhas Teresa, Maria, Inês e Leonor. Como o tema amoroso perpassa o poema até seu clímax, no episódio da Ilha dos Amores, compreendemos que o feminino possui também papel preponderante na diegese desse épico, seja no jogo político em que as figuras régias citadas são envolvidas, seja na condução dos nautas na viagem. Desse modo, entendemos que o feminino, em sua forma humana régia, se dá na tríade mulher-mar-amor em oposição a homem-terra-guerra, o masculino. Logo, o discurso de Vasco da Gama, embora impregnado de concepções próprias de seu tempo, deixa transparecer a linguagem que o poeta empreende n’Os Lusíadas: um poema amoroso, em que o feminino também é herói lusíada.
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