
A emulação camoniana em Prosopopeia: a Nova Lusitânia cantada em Os Lusíadas
2023; Volume: 15; Issue: 29 Linguagem: Português
10.11606/issn.2175-3180.v15i29p87-107
ISSN2175-3180
AutoresBarbara Faria Tofoli, Leni Ribeiro Leite,
Tópico(s)Historical and Literary Studies
ResumoProsopopeia (1601), épica luso-brasileira de Bento Teixeira, foi por muito tempo lida como um mero simulacro camoniano, sem qualidades literárias próprias, devido às semelhanças com Os Lusíadas, de Camões. Neste artigo, busca-se confrontar essa perspectiva, mediante uma leitura do poema em que a emulação de Camões seja encarada como artifício retórico adotado por Bento Teixeira. Abordamos inicialmente a mímesis, que na Renascença se orientou pela imitação de autoridades consagradas pela tradição (SALTARELLI, 2009), para então destacar Camões como arquétipo do gênero épico em contexto lusitano. Bento Teixeira emula o modelo camoniano, ao elaborar Prosopopeia enquanto canto que Proteu deixou de pronunciar em Os Lusíadas, além de retratar os fidalgos da Nova Lusitânia, que, assim como os heróis antecessores, são assinalados na história como exempla dos valores reinóis lusos. Enquanto variação de Os Lusíadas, Prosopopeia apresenta diversas semelhanças e disparidades em relação à épica camoniana, como as analogias mitológicas, a temática das Grandes Navegações e as ekphraseis de Tritão. Essas associações – que ora se aproximam, ora se distanciam – são elencadas ao longo do artigo, a fim de evidenciar o diálogo entre as épicas, assim como a relevância de Prosopopeia para a camonologia.
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