Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A (re)invenção do cinema brasileiro em seu diálogo com o gênero de ficção científica

2023; Brazilian Society of Cinema and Audiovisual Studies; Volume: 12; Issue: 1 Linguagem: Português

10.22475/rebeca.v12n1.934

ISSN

2316-9230

Autores

Arthur Lins,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

No cinema brasileiro dos anos 2010, uma série de filmes fizeram uso de elementos do gênero de ficção científica para evidenciar o caráter insólito que foi se instaurando no cenário político brasileiro. O desejo de fabulação do real evidenciou traumas históricos e abriu espaço para especulações de caráter transgressor que pudessem operar uma descolonização do imaginário e uma renovação no cenário cinematográfico brasileiro. Neste artigo, propomos pensar as implicações desse gesto levando em conta o legado histórico do cinema de invenção, termo cunhado pelo crítico e realizador Jairo Ferreira ao se debruçar sobre o efervescente contexto cultural brasileiro do final da década de 1960 e começo da década de 1970. Para esta análise acerca do cinema brasileiro da década passada, privilegiamos duas obras de um realizador que se destacou nesse contexto com filmes ousados politicamente e inventivos em seus procedimentos estéticos e narrativos. A saber, os filmes Branco Sai, Preto Fica (2014, DF) e Era uma vez Brasília (2017, DF), ambos dirigidos pelo cineasta Adirley Queirós. A sua obra em construção norteia um debate acerca da condição periférica de nosso cinema e também das possibilidades deste pelo viés de uma ficção dos pobres, alargando um imaginário estético ao trazer à tona evidências da constituição histórica do cinema brasileiro e do seu legado nos dias de hoje.

Referência(s)