
Transgeracionalidade e cultura na clínica psicanalítica
2009; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.60106/rsbppa.v11i2.323
ISSN2764-5762
Autores Tópico(s)Psychology and Mental Health
Resumo“Sou cristão, mas sinto-me judeu; sou cascher, mas nem tanto!”. O autor analisa a relação entre transgeracionalidade e cultura na clínica psicanalítica. Salienta que a vida pulsional é configurada ou modelada pelo registro de imagos que podem se tornar representações e formar redes linguísticas. Estas se estruturam em múltiplas sintaxes e em níveis variados do inconsciente até alcançar a consciência. Esse conjunto de imagens, de representações e de linguagens resulta de elementos mnêmicos incorporados por processos vinculares histórico-afetivos do sujeito e transmitidos de geração em geração. São processos complexos que participam da construção das várias subjetividades individuais e coletivas. Entretanto, lacunas de memória podem ocorrer no inconsciente, pois certos elementos imagéticos e representações rudimentares permanecem encriptados e não são reconhecíveis por outros sistemas imagéticos e semânticos do sujeito. O indivíduo quer ser o que suas potencialidades lhe permitem, mas ele sofre por estar dentro de cadeias de transmissão psíquica determinadas também pelo contexto. Nesse processo de transmissão, o indivíduo incorpora memórias inconscientes de desejos realizados e não realizados dos pais e do meio ambiente, como as mentalidades, os mitos, as utopias, as fantasias, as éticas. São apresentadas vinhetas de dois casos clínicos para caracterizar diferentes aspectos da transmissão transgeracional.
Referência(s)