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NO MEIO DA TREVA: O FANTÁSTICO EM “A CASA DOS MORTOS”, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA

2023; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 21; Issue: 21 Linguagem: Português

10.12957/abusoes.2023.71135

2525-4022

Felipe Krul Bettiol,

Linguistics and Education Research

Júlia Lopes de Almeida, autora que figurava entre os grandes nomes de sua época, deixou uma vasta produção literária. Destaca-se, dentre suas obras, o livro Ânsia eterna (1903), conjunto de contos em que, apesar da diversidade de seu conteúdo, constata-se a recorrência de três temáticas principais: a morte, o amor e a maternidade. A narrativa “A casa dos mortos” faz parte da coletânea e, para além do título revelador do sobrenatural, sintetiza a recorrência temática do conjunto do qual faz parte por meio do fantástico. Este artigo, além de se inscrever em um movimento para que a autora referida e sua produção tenham sua importância reconhecida, objetiva analisar o fantástico no conto “A casa dos mortos” a partir dos preceitos difundidos principalmente por Tzvetan Todorov e Remo Ceserani, em diálogo com a fortuna crítica sobre a produção da escritora. A partir da análise desenvolvida, concluiu-se que a narrativa em questão se sustenta como fantástica, não só pela presença de elementos insólitos, mas também pela hesitação entre o natural e o sobrenatural causada em seu desfecho.