Artigo Acesso aberto

A promoção da alfabetização científica a partir de circuitos educativos: um olhar sobre a complementaridade da educação formal e não formal

2023; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 16; Issue: 8 Linguagem: Português

10.55905/revconv.16n.8-111

ISSN

1988-7833

Autores

Manuella Villar Amado, Luciane da Silva Lima Vieira, Aleide Cristina De Camargo, Savana de Freitas Nunes, Aline de Paula Nunes,

Tópico(s)

Chemistry Education and Research

Resumo

A apropriação do conhecimento científico é parte fundamental da formação humana, porém não podemos mais conceber um ensino de ciências que não seja orientado em saber o que fazer com esse conhecimento em contexto sociocultural. Considerando um ensino de ciências contextualizado, Chassot (2016) define a alfabetização científica como o conjunto de conhecimentos que facilitam aos homens e mulheres fazerrem uma leitura do mundo onde vivem. O objetivo desse trabalho foi investigar de que maneira a visitação de espaços de educação não formal organizados em circuitos educativos com temáticas socioculturais pode contribuir na promoção da alfabetização científica de alunos da educação básica brasileira. É uma pesquisa de abordagem qualitativa. Os dados foram coletados a partir de estudo bibliográfico, visitas a espaços não formais, entrevistas semiestruturadas, questionários e registro em diário de bordo. A investigação foi dividida em três etapas:1) Elaboração de Propostas de Circuitos Educativos; 2) Validação por pares (professores da educação básica); 3) Análise do potencial para a promoção da Alfabetização Científica. Participaram como sujeitos da pesquisa 28 professores-alunos do Curso de Pós-graduação em Educação e Divulgação em Ciências, 24 professores-alunos do Mestrado Profissional em Ciências e Matemática e 63 profissionais da educação de instituições públicas ou particulares do Espírito Santo, Brasil. Os resultados apontaram cinco propostas de circuitos educativos: I) Rota da Rodovia do Sol, localizado em Vila Velha, contemplando o Parque Estadual Paulo César Vinha, Fazenda Rico Caipira, Aeroclube do Espírito Santo, Cachaçaria Reserva do Gerente e o Faunoduto da concessionária da RodoSol; II) Circuito Socioambiental Parque Estadual de Itaúnas, localizado em Conceição da Barra, contemplando ambientes de trilhas em Restingas (Alméscar, Buraco do Bicho, Pescador e Tamandaré), praias e ecossistemas associados (Itaúnas, Guaxindiba e Riacho Doce) e comunidades nos limites e entorno (Comunidade Quilombola Angelim I, Aldeia indígena Paulo Jacó, Assentamento Paulo Vinha e a Vila de Itaúnas); e três circuitos agroeducativos III) Circuito Agroeducativo Fermentação, IV) Circuito Agroeducativo Agroturismo e V) Circuito Agroeducativo Histórico-Cultural, localizados no município de Venda Nova do Imigrante, contemplando duas associações: AFEPOL-Associação Festa da Polenta e a Associação de Voluntárias Pró-Hospital Padre Máximo; e sete propriedades agroturísticas: Sítio Lorenção, Sítio Brioschi, Sítio Busatto, Fazenda Carnielli, Tia Cila, Cervejaria Altezza e Café da Roça-Altoé da Montanha. Após a validação por pares o estudo permitiu concluir que os circuitos educativos contribuem para que professores trabalhem a educação não formal de maneira complementar a educação formal, promovendo reflexões reais do cotidiano dos alunos, na direção de promover o processo de alfabetização científica em seus três eixos estruturantes (Sasseron & Carvalho, 2011): compreensão básica de termos e conceitos científicos fundamentais; compreensão da natureza das ciências e dos fatores éticos e políticos que circundam sua prática; e o entendimento das relações entre ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente.

Referência(s)