Artigo Acesso aberto

Fístula arteriovenosa dural intracraniana da junção craniocervical com drenagem venosa perimedular espinhal: um raro relato de caso

2023; Brazilian Journal of Development; Volume: 6; Issue: 4 Linguagem: Português

10.34119/bjhrv6n4-207

ISSN

2595-6825

Autores

Evelyn Conceição Fonseca Ribeiro, Gabriel Moreira Lima Bomfim Macedo, Eloá Weba Costa, Aitana Weba Costa, Marcus Vitor Rios Pinto Pinheiro, Thays Almeida de Oliveira, Marta Gabriela Araújo Amorim, Igor Murad Schmitt, Tereza Cristina Barbosa Ribeiro Do Vale, Michelle Rahbani Martins De Araújo, Júlio Cézar Martins Frazão, Daniel Vitor dos Santos Rodrigues, Patrícia Carla Guimarães Catarino, Luis Manuel Gomes Feitosa Coelho, Guilherme Dutra Batalha, Sedrik Pinheiro Pereira Dos Santos, Josimar Cunha Rodrigues, Raphaela Maria Costa Grijó, Mariana Oliveira Godinho, Marcone Douglas Braga Filho, Victória de Menezes Sá Lazera, Marília Glauciane Pinto Pereira, Júlia Leite Xavier Bertrand, Enzo Derick Guterres Oliveira, Calebe Vitor Guimarães Catarino, Myrela Murad Sampaio, Fernanda Bastos de Castro Freitas, Lindomar Faria De Freitas Júnior, Dionei Alchaar Costa, Nathália Braga Mota, Lucas Carvalho Viana, James Dean Martins Barbosa, Marco Antônio Araújo Leite,

Tópico(s)

Moyamoya disease diagnosis and treatment

Resumo

Fístulas arteriovenosas durais (FAVDs) são lesões adquiridas, que consistem em uma ou mais conexões fistulosas no interior dos folhetos da dura-máter, com envolvimento das paredes de um seio venoso dural ou então das veias leptomeníngeas adjacentes. Sua incidência é de difícil determinação, no entanto, segundo estudos, ela é estimada em 10% a 15% de todas as malformações cerebrovasculares diagnosticadas por angiografia. Os fatores predisponentes ao desenvolvimento das FAVDs são o traumatismo cranioencefálico, tromboflebite cerebral, neurocirurgia prévia e infecções. O objetivo deste estudo é apresentar um caso de Fístula Arteriovenosa Dural Intracraniana em um paciente de 58 anos, ressaltando os aspectos imagenológicos, etiológicos, fisiopatológicos e, sobretudo, os tipos de classificação da doença e a terapia utilizada. W.S.D., sexo masculino, 58 anos, natural e procedente de São Paulo – SP, deu entrada no pronto-socorro de um hospital de referência da capital paulista queixando-se de parestesia de membros superiores (MMSS) há 3 meses. Foi realizado exame físico e anamnese de forma minuciosa, na qual o paciente negou cefaleia e outros sintomas associados. Foi submetido à investigação com uma ressonância magnética (RNM) da região cerebral e medular em ponderações T1 e T2, as quais demonstraram efeito tumefativo que comprometia a transição bulbo-medular e a medula cervical de C2, as quais encontravam-se edemaciadas. Além disso, estavam proeminentes os vasos leptomeníngeos nos hemisférios cerebelares, estes patognomônicos da FAVD. Ademais, foi observado hipersinal em T2, com padrão estriado/tigroide, típico de degeneração mielínica progressiva. O paciente apresentava agressivo refluxo venoso cortical com drenagem perimedular espinhal na veia cortical e, dessa forma, enquadrou-se na Classificação de Cognard tipo V, sendo considerado um paciente portador de FAVD maligna. Foi então realizado tratamento endovascular com embolização transarterial, o qual proporcionou fechamento completo da fístula e, dessa forma, o paciente obteve um prognóstico favorável. As fístulas arteriovenosas durais, por serem uma condição rara e com variadas manifestações clínicas, podem passar despercebidas pelo profissional médico. Dessa forma, é de fundamental importância o conhecimento da doença, com o intuito de proporcionar ao paciente um diagnóstico precoce e uma terapia eficaz.

Referência(s)