Artigo Acesso aberto Produção Nacional

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM PÁSSARO: FANTÁSTICO E VIOLÊNCIA EM “A EXPIAÇÃO”, DE SILVINA OCAMPO

2023; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 21; Issue: 21 Linguagem: Português

10.12957/abusoes.2023.70775

ISSN

2525-4022

Autores

Raul da Rocha Colaço,

Tópico(s)

Borges, Kipling, and Jewish Identity

Resumo

Na narrativa curta intitulada “A expiação” (2013), Silvina Ocampo traz à tona a obscura convivência de um triângulo amoroso, formado por dois jovens recém-casados e um amigo desse casal, que acaba apaixonado pela esposa do companheiro de infância. Para tanto, a escritora argentina se encarrega de tecer o seu relato em duas frentes: uma que se volta ao presente, isto é, ao momento em que os três personagens mencionados se encontram dentro de um quarto escuro e o marido deseja fazer uma revelação aos outros dois utilizando seus pássaros adestrados; e outra que se centra no passado, ou seja, nas lembranças que a narradora (esposa) recupera sobre todo o seu relacionamento amoroso. Sendo assim, esta proposta de investigação se dedica a avaliar em que medida o uso da violência (seja ela física, psíquica, linguística, etc.) colabora para que haja um efeito fantástico no conto. Nessa perspectiva, são basilares as contribuições de Ricardo Piglia (1999), de Gabriel Giorgi (2016), de Rosalba Campra (2016) e de Byung-Chul Han (2017). Como resultado, aponta-se que o viés fantástico da obra apreciada surge tanto das fraturas linguísticas, oriundas de uma narração sistematicamente despedaçada, como também das repetitivas ações violentas dos canários, seres convertidos, técnica e/ou diabolicamente, em instrumentos de tortura.

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