
DISRUPTORES ENDÓCRINOS, TRANSTORNOS MENTAIS: ESTRATÉGIAS EM SAÚDE AMBIENTAL
2023; Faculdade Novo Milênio; Volume: 16; Issue: 8 Linguagem: Português
10.54751/revistafoco.v16n8-088
ISSN1981-223X
AutoresClaudio Hansel Martins, Fábio de Almeida Bolognani, Josiane Bentes Lopes, Alexandre dos Santos Pyrrho, Jaqueline da Silva, Márcia Cristina Braga Nunes Varricchio,
Tópico(s)Environmental Sustainability and Education
ResumoO presente artigo técnico pretendeu verificar se existem na literatura publicações estabelecendo associação entre disruptores endócrinos a transtornos mentais ou sofrimento moral às comunidades tradicionais étnicas brasileiras. Buscou-se em bases de dado Science Direct a relação de descritores disruptores endócrinos AND transtornos mentais e sofrimento moral em etnias brasileiras, privilegiando-se publicações indexadas. Podemos dizer que foi possível correlacionar a exposição a risco ambiental direto aos disruptores endócrinos em duas comunidades quilombolas (Tocantins e Minas Gerais) e uma indígena (Mato Grosso do Sul), pela exposição a agrotóxicos e a pesticidas. Foi analisado como os quatro principais persistentes ambientais desencadeiam, por mecanismos variados, diferentes tipos de agravos e danos à saúde humana. Nosso estudo trouxe evidências de sofrimento psíquico e moral, de comprometimento ao bem-estar espiritual (em seu contexto bioético), além de discutir o crescente número de publicações sobre manifestações neuropsiquiátricas relativas aos disruptores endócrinos de 1995 a 2020, em consonância ao notável incremento de publicações em plataforma de ciência a partir de 2006. Profissionais de saúde e áreas correlatas precisam estar atentos a este diagnóstico de risco individual, comunitário, cultural, socioambiental. Há alta facilitação no processo espacial de contaminação do solo e de águas, aliado a extensa meia vida das substâncias químicas, dispersos pelos vetores da natureza. Equipes profissionais de atenção psicossocial às diversificadas comunidades cronicamente expostas a agrotóxicos e à inseticidas, em especial aquelas cujo território é no interior e agrário, precisam estar informadas e, consequentemente, atentas às manifestações neuropsíquicas em emergência em nossa sociedade, para o adequado encaminhamento destes usuários aos diferentes profissionais de equipes multi e interdisciplinares que poderão investigar e estabelecer o nexo causal e alimentar o sistema de vigilância (DATASUS) nestas áreas. Lembremos que a comunicação quanto à situações de risco ambiental e coletivo faz parte do novo Código de Ética Médica.
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