Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Solidão como consequência do Caos em Francis Bacon e Nietzsche | Loneliness as a consequence of Chaos in Francis Bacon and Nietzsche

2023; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; Volume: 35; Linguagem: Português

10.7213/1980-5934.035.e202329278

ISSN

1980-5934

Autores

Micael Rosa Silva,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Aesthetics

Resumo

Deleuze, em Francis Bacon – Lógica da sensação, destaca três elementos pictóricos como características fundamentais das pinturas de Bacon: a estrutura material, a figura e o contorno que isola a figura. Esses elementos revelam que o tema do pintor é o sofrimento do homem moderno, sozinho em seu quarto. Sofrimento entendido como o tormento interior de um corpo imerso no caos, em um universo sem sentido. O artista exprime o “corpo vivido” em meio ao desmoronamento da ordem das coisas. A sequela mais evidente desse ambiente insólito é a “extrema solidão da Figura”. Esse mundo retratado por Bacon, está atrelado à filosofia nietzschiana que descreve o mundo como “dionisíaco”, isto é, sem finalidade e sem propósito. Para Nietzsche, a “morte de Deus” evidencia o nada existencial e a supressão do sentido das coisas. O resultado mais imediato da constatação da “morte de Deus” é a solidão. Todavia, tanto para o artista, quanto para o filósofo, a solidão é ambígua: ou pode ser fonte de niilismo, de necessidade de fuga ou fonte de afirmação. Nesse trabalho, pretendemos confrontar as obras de Bacon, descritas por Deleuze, com a filosofia nietzschiana, destacando a significação que ambos atribuem à solidão como consequência da constatação do mundo-caos.

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