
Maternidades interditadas: A (in)justiça reprodutiva em circunstâncias de radical desigualdade
2023; Museo de Antropologia; Linguagem: Português
10.31048/1852.4826.v16.n2.38900
ISSN1852-060X
AutoresCláudia Fonseca, Lúcia Mury Scalco,
Tópico(s)Demographic Trends and Gender Preferences
ResumoExaminamos neste artigo a remoção de recém-nascidos de suas mães pobres logo após o parto para refletir sobre as repercussões da radical desigualdade socioeconômica para dinâmicas familiares no Brasil. Inspiradas nas noções de “justiça reprodutiva” e “reprodução estratificada”, atentamos à dimensão política dessa rotina reprodutiva que, de outra forma, passaria despercebida, apagada por representações naturalizantes de gênero e família. Mapeando o jogo de moralidades que desemboca na desautorização da maternidade de certas mulheres (ou homens), procuramos sublinhar a complexidade de dinâmicas interseccionais de classe, raça, geração e gênero nas práticas de injustiça e discriminação. Olhamos a convergência de certas tendências globais, saberes profissionais e mudanças legislativas nacionais para colocar a pergunta: em vez de garantir os direitos dos mais vulneráveis, as atuais políticas de governo não estariam evoluindo numa direção que mantém e aprofunda a sub-cidadania de famílias vivendo na grande pobreza?
Referência(s)