
Impacto da passagem do Sistema Solar por nuvens moleculares escuras: um caso de habitabilidade local
2023; Volume: 4; Issue: 2 Linguagem: Português
10.47456/cad.astro.v4n2.38783
ISSN2675-4754
AutoresJurandi Leão, Thays Bentes, J. W. S. Vilas‐Boas, C. A. Wuensche,
Tópico(s)Solar and Space Plasma Dynamics
ResumoNuvens moleculares (NM) são regiões não homogêneas, neutras, com densidades volumétricas variando de 102 cm-3 a 108 cm-3, extinções no visível de até 30 mag e temperaturas que variam entre 10 e 100 K. O Sistema Solar encontra-se em uma bolha de plasma de baixa densidade, circundada por NM escuras distribuídas em um raio de ~ 100 pc. Em seu movimento no plano Galático, o Sistema Solar deve atravessar uma ou mais dessas regiões a cada órbita em torno do centro galáctico. Este trabalho discute o impacto do Sol estar imerso em uma NM e analisa os efeitos da radiação solar que atinge a Terra em função da densidade da região atravessada. Para densidades volumétricas da NM da ordem de 104 cm-3, a frente de ionização alcança uma região de 1 unidade astronômica (UA) em cerca de 2 dias. Se a densidade é maior do que 106 cm-3, todos os fótons UV ionizantes são consumidos em um volume esférico com raio menor do que 1 UA, resfriando significativamente a Terra em sua trajetória em torno do Sol. Se o SS entrar em uma nuvem interestelar com densidade maior ou igual a 107 cm-3 a radiação UV (que chega à Terra aproximadamente em 300 dias) será bloqueada, ou poderá permanecer nesse estado, indefinidamente, se a densidade das nuvens for maior. Nessas condições, a Terra passaria a existir em um ambiente com características do Meio Interestelar, o que teria consequências catastróficas para o clima do planeta.
Referência(s)