Artigo Acesso aberto

Síndrome Herlyn-Werner-Wunderlich em pré-púberes: desafios na abordagem diagnóstica e terapêutica

2023; Linguagem: Português

10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1042

ISSN

0368-1416

Autores

Rebeca Fernandes de Azevedo Dantas, Alessandra Viviane Evangelista Demorô, Ana Luiza de Araújo Garcia, Thais Regina Santos, Maria Eduarda Barillari Cano, Maria Eduarda Baracuhy,

Tópico(s)

Uterine Myomas and Treatments

Resumo

Objetivo: Discutir as limitações diagnósticas e possíveis abordagens terapêuticas na síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich (SHWW) em pacientes pré-púberes. Fonte de dados: Utilizaram-se as plataformas de busca National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e literatura médica, bem como os bancos de dados do Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), no período de junho a julho de 2021, usando os seguintes descritores (Medical Subject Headings [MeSH] e dos Descritores em Ciências da Saúde [DeCS]): "diagnóstico", "Herlyn-Werner", "Wunderlich". Uma das limitações encontradas foi a escassez de artigos publicados sobre o tema. Seleção de estudos: Obtiveram-se 20 artigos, dos quais 15 foram incluídos neste estudo. Os critérios de elegibilidade incluíram artigos originais que abordassem as formas de rastreamento precoce da SHWW, com manuscritos completos publicados em inglês e português disponíveis online. Ressalta-se que resumos, duplicatas, cartas aos editores de periódicos, literatura cinzenta e capítulos de livros foram excluídos. Coleta de dados: Trata-se de revisão sistemática da literatura. Os dados foram coletados entre os meses de fevereiro a março de 2023 por meio de artigos. Utilizaram-se tabelas contendo as seguintes variáveis: nome do artigo, autores, ano de publicação (2017–2023), base de dados na qual se encontra indexado e descritores utilizados. Resultados: De acordo com os dados estudados, o diagnóstico da SHWW em pacientes pré-púberes é desafiador. Em casos incomuns de malformações, elas podem ser detectadas no período neonatal se houver alto grau de suspeição, como tumoração vulvar ou abdominal, geralmente após o diagnóstico de agenesia renal. O exame físico revela uma massa suprapúbica dolorosa à palpação, que pode estar associada à incontinência urinária durante a mobilização. O toque bimanual não é realizado, sendo feito o toque anal, que evidenciará o abaulamento vaginal. A investigação inclui exames de imagem, como ultrassonografia pélvica, renal e das vias urinárias, sendo a ressonância magnética pélvica considerada o padrão-ouro, com os seguintes achados típicos: útero didelfo, distensão do corno por hematometra e hematocolpo, hidronefrose e agenesia renal ipsilateral. Além disso, em alguns casos, pode haver dificuldade de visualização do tamanho do útero e da vagina em ultrassonografias devido à imaturidade dessas estruturas. A conduta terapêutica inclui histeroscopia com ressecção do septo vaginal, preservando a integridade do hímen. Conclusão: A investigação diagnóstica da SHWW em pacientes pré-púberes ainda apresenta várias limitações, como o exame físico, os procedimentos utilizados e a ausência de sintomatologia. No entanto, é fundamental o rastreamento precoce, uma vez que a síndrome, assim como outras anomalias obstrutivas do trato reprodutivo, apresenta risco aumentado de hematossalpinge, endometriose, doença inflamatória pélvica e infertilidade, o que compromete o prognóstico e a vida reprodutiva futura. Portanto, é necessário aumentar o número de pesquisas e a aplicação de metodologias a fim de prevenir futuras complicações.

Referência(s)
Altmetric
PlumX