Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

“Eu respeito seu amém, você respeita meu axé?”: um estudo etnográfico sobre terreiros de candomblé como organizações de resistência à luz de um olhar decolonial

2023; Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Volume: 21; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/1679-395120220149

ISSN

1679-3951

Autores

Jefferson Rodrigues Pereira, José Vitor Palhares, Alice de Freitas Oleto,

Tópico(s)

Anthropological Studies and Insights

Resumo

Resumo Este artigo tem como objetivo compreender como os terreiros de candomblé se organizam como resistência perante o racismo religioso. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa etnográfica em um centro de candomblé da nação Ketu Axé Oxumaré, localizado em Belo Horizonte (MG). Os dados das entrevistas foram submetidos à análise de narrativas. Os resultados sugerem que o candomblé é percebido pelos integrantes da casa de santo como uma estratégia, uma organização de sobrevivência não só física, mas também de estilos de vida subalternos. Trata-se da resistência da cultura afro-brasileira, uma resistência anticolonial que promove, por meio da religião, a pertença política de afirmação da negritude; de uma organização decolonial de sobrevivência, de manutenção e, sobretudo, de perpetuação de tradições e modos de vida nos terreiros negligenciados, aviltados, negados e subalternizados pela colonialidade.

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