Artigo Acesso aberto

O uso exclusivo das ferrovias pelo capital privado: o caso da futura estrada de ferro - 118 (Nova Iguaçu, RJ - Cariacica, ES)

2023; Issue: 25 Linguagem: Português

10.4000/espacoeconomia.23045

ISSN

2317-7837

Autores

Stefani Fabricio Cristoiu,

Tópico(s)

Social and Political Issues

Resumo

O presente trabalho examina sobre o papel das redes técnicas para a evolução urbano-industrial no estado do Rio de Janeiro no passado e no presente. O objeto de estudo é a rede ferroviária, que desde o século XIX tem feito grandes mudanças técnicas no território fluminense e teve sua atribuição diminuída por influência da indústria automobilística nas políticas públicas de transporte. Para a metodologia da discussão das redes técnicas ferroviárias serão usados Leila Dias, Milton Santos, Denis Castilhos e Marcio Rufino. Assim como foram utilizados artigos jornalísticos, dados do IBGE (2010) sobre o movimento pendular no estado do RIo de Janeiro e dados econômicos municipais retirados do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro (2021). Atualmente, as ferrovias voltaram à pauta, como é o caso da implementação da Estrada de Ferro - 118 (EF-118), que utilizará boa parte dos trilhos da antiga Estrada de Ferro Leopoldina (Niterói, RJ - Vitória, ES), que teve boa parte do seu percurso desativado entre as décadas de 1960 e 1980. O projeto da EF-118 surge no contexto da descoberta do pré-sal na Bacia de Campos, o que desenvolveu a necessidade de um sistema de transporte ágil e de massa como o sistema ferroviário permite. O governo federal nos últimos anos vem mostrando interesse em aproveitar o antigo leito da Estrada de Ferro Leopoldina para solucionar o problema de fluidez espacial. O objetivo é conectar o parque industrial da Baixada Fluminense, o Porto do Açu (São João da Barra, RJ) e demais portos como o Porto de Ubu (Anchieta, ES) e o futuro Porto Central (Presidente Kennedy, ES). De forma breve irei comentar sobre a economia das cidades do Leste ao Norte Fluminense usando os dados das prefeituras municipais e do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro. A ferrovia sendo implantada terá impacto positivo na economia e mobilidade do interior fluminense, caso seja pensada para além das grandes empresas exportadoras. Porém, atualmente apenas se discute que o desígnio da EF-118 é garantir serviços logísticos aos portos, fazendo com que as empresas responsáveis pelas mesmas detenham o controle da via férrea. Este texto vem elucidar a necessidade de se pensar o transporte ferroviário para além do transporte de cargas, mas também para a mobilidade de pessoas já que há um déficit neste serviço. Serão apresentados dados do IBGE e notícias jornalísticas sobre o movimento pendular fluminense, que exibe como a população não tem alternativas de transporte público além do modal rodoviário, principalmente fora da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Referência(s)
Altmetric
PlumX