Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Análise do Índice do Potencial de Gênese em Ciclones Subtropicais na Costa do Brasil

2023; UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO; Volume: 16; Issue: 5 Linguagem: Português

10.26848/rbgf.v16.5.p2832-2857

ISSN

1984-2295

Autores

João Gabriel Martins Ribeiro, Gabriel Teodoro da Paz, Michelle Simões Reboita, Luiz Felippe Gozzo,

Tópico(s)

Solar and Space Plasma Dynamics

Resumo

A região costeira do sul e sudeste do Brasil, que é parte da bacia do oceano Atlântico Sul, é uma região de gênese de ciclones subtropicais e, por isso, está suscetível às mudanças no tempo e impactos causados por esses sistemas. O primeiro ciclone subtropical que recebeu nome na bacia do oceano Atlântico Sul foi o Anita em 2010. Desde então, alguns estudos sobre ciclones subtropicais foram realizados, mas ainda há várias questões para serem investigadas. Assim, esse estudo tem como objetivos: (a) descrever os principais mecanismos físicos que propiciam a gênese dos ciclones subtropicais que receberam nome no oceano Atlântico Sul entre 2010 e 2021 e (b) identificar o valor do Índice do Potencial de Gênese (IPG) entre a pré-ciclogênese e a fase em que esses sistemas adquirem características subtropicais. A justificativa para a análise do IPG é que se deseja identificar um possível padrão que ajude na previsão operacional do tempo. A principal base de dados usada no estudo é a reanálise ERA5. Dos 14 ciclones estudados, apenas dois sistemas não tiveram gênese com característica subtropical, mas a adquiriram 24 horas após à ciclogênese. Há 5 ciclones que tiveram gênese associada com cavados em níveis médios da atmosfera e 9 com padrões de bloqueio (tipo cutoff low). Como a maioria dos ciclones estudados ocorreram num ambiente com estrutura de bloqueio, isso indica que a condição de fraco cisalhamento vertical do vento é um fator importante para os ciclones subtropicais. Como o IPG não mostrou um valor padrão nos 14 ciclones estudados entre a pré-ciclogênese e o momento em que esses sistemas se tornam subtropicais, pois variou de 0,35 na gênese do Deni a 22,71 na gênese do Anita, talvez não seja possível utilizá-lo com um limiar nas práticas operacionais.

Referência(s)