
Pessoas e presenças trans: academia e internet como espaços de construção de conhecimento
2023; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 15; Issue: 10 Linguagem: Português
10.55905/cuadv15n10-013
ISSN1989-4155
AutoresMarilia Neri, Sônia Maria Gomes Sampaio,
Tópico(s)Gender, Sexuality, and Education
ResumoEsse trabalho discute a produção de conhecimento sobre pessoas trans no Brasil na academia e internet, a partir da ecologia de saberes, convivência dos saberes sem hierarquização. A ciência tradicional, criticada por destacar grupos socialmente excluídos como objetos de pesquisa, parece ter muito a aprender. A partir do levantamento de produções na base de dados Scielo percebi dois temas de interesse nas pesquisas: saúde, com ênfase no processo de transexualização e normatização de um corpo “padrão”; e a violência, sendo o Brasil um dos países mais perigosos para pessoas trans. Muitos trabalhos incluem transgêneros na sigla LGBTT o que aponta uma generalização dos estudos, sem enfoque específico. A análise na Scielo e CAPES demonstram outras áreas silenciadas, como educação, importante ferramenta para inclusão e desenvolvimento. Através da ascensão de uma produção acadêmica e política, autoras e autores também buscam suprir uma produção de subjetividades em primeira pessoa, afastada de uma construção academicista que rotula, classifica e reforça a violência contra pessoas trans. Exemplos de pesquisadoras com um viés político e de resistência são Jaqueline Gomes de Jesus e Viviane Vergueiro, entre outras. A internet também se configura como um espaço político e de produção de conhecimento, destacando as redes sociais, zona de construção, de compartilhamento de relatos que tocam outras subjetividades, além de articulação de manifestações. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais, com 12 mil curtidas no Facebook, apresenta dados sobre violência contra pessoas trans que não são identificados em sites “oficiais”. Esses dados são criados e divulgados na internet, importante ferramenta política dessa realidade ainda invisibilizada. A partir da ecologia de saberes, podemos destacar que existe um movimento que extrapola a ciência tradicional, o que ratifica a necessidade de construir uma sociedade em que diversos conhecimentos possam dialogar e conviver em busca de visibilizar grupos historicamente excluídos.
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