Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Dinâmica de ondas e erosão costeira na desembocadura do rio Itapicuru, litoral norte do Estado da Bahia

2023; Associação Brasileira de Estudos do Quaternário (ABEQUA); Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5380/abequa.v14i1.73254

ISSN

2176-6142

Autores

Iaggo Oliveira Correia, Júnia Kacenelenbogen Guimarães, Iracema Reimão Silva,

Tópico(s)

Coastal and Marine Management

Resumo

Este trabalho teve o objetivo de avaliar a influência da dinâmica das ondas e características locais nos processos erosivos na planície costeira do rio Itapicuru, no litoral norte do estado da Bahia. A modelagem da dinâmica costeira foi realizada com o programa Sistema de Modelagem Costeira do Brasil (SMC-Brasil) e envolveu o cálculo da refração de ondas e do transporte longitudinal de sedimentos ao longo do litoral. Os resultados da modelagem mostraram que as ondas de sudeste são determinantes na definição do transporte resultante, que é predominante para nordeste. Em apenas um trecho do litoral estudado, o transporte teve sentido sudoeste. Isso se deveu a influência de uma “cava” batimétrica presente na plataforma que foi responsável pela divergência de raios de ondas de sudeste. Também tiveram influência na refração das frentes de ondas a presença de altos batimétricos na desembocadura dos rios Itariri e Itapicuru, associadas às suas barras de desembocadura, que geraram a convergência e aumento da energia de ondas. O estudo da interação da dinâmica de ondas com as características da zona costeira permitiram identificar duas situações de maior probabilidade de ocorrência de erosão no trecho estudado: i) na região das desembocaduras dos rios Itariri e Itapicuru, que além de apresentarem alta variabilidade de posição, intrínseca a desembocaduras fluviais, têm uma maior energia de ondas incidentes, provocada pela refração causada por suas próprias barras de desembocadura; e ii) na região do povoado de Poças, onde se localiza a única divergência de deriva litorânea constatada no trabalho, que torna o balanço sedimentar negativo na costa, e ocorre em trecho estreito de uma península, que por esta razão, também é vulnerável à ocasional erosão fluvial provocada por um afluente do rio Itapicuru que corre na retaguarda da mesma. Os resultados desse trabalho mostram a importância da modelagem da dinâmica costeira em escala de detalhe, que permitiu, por exemplo, identificar a divergência de deriva litorânea presente no povoado de Poças. Conclui-se também pela importância de evitar a ocupação nos trechos costeiros vulneráveis, como aqueles próximos de desembocaduras fluviais e aqueles associados a penínsulas estreitas e outras formas de acumulação, como pontais.

Referência(s)