Artigo Acesso aberto

Projetando a Amazônia

2023; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; Volume: 16; Issue: 31 Linguagem: Português

10.5433/1984-3356.2023v16n31p172-201

ISSN

1984-3356

Autores

Marina Bedran,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Com as políticas nacional-desenvolvimentistas do pós-guerra e, sobretudo, depois do golpe militar de 1964, vieram os projetos grandiosos de ocupação e colonização da Amazônia. Vários dos cinejornais produzidos pela Agência Nacional apresentaram os planos do governo para desenvolver e “integrar a região à nação”, pregando o desmatamento em grande escala e promovendo um apagamento das histórias indígenas. Este artigo analisa três filmes brasileiros do período que se debruçaram sobre a Amazônia, incluindo o curtametragem documental de Glauber Rocha Amazonas, Amazonas (1965), o “documentário-ficção” de Jorge Bodanzky e Orlando Senna Iracema, uma transa amazônica (1974) e o documentário média-metragem Jari (1979), de Bodanzky e Wolf Gauer. Enquanto o filme de Glauber contribuiu para reforçar a imagem da Amazônia como um lugar vazio e subdesenvolvido, calcada num discurso teleológico, os filmes experimentais de Bodanzky dos anos 1970 contestaram o consenso desenvolvimentista e criaram outras formas de pensar a região, projetando a Amazônia não apenas no Brasil, mas em escala global.

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