
Em busca do preço justo: o projeto comércio ribeirinho como forma de autonomia e sustentabilidade no Médio Juruá (Amazonas – Brasil)
2023; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Volume: 45; Issue: 1 Linguagem: Português
10.4025/actascihumansoc.v45i1.68620
ISSN1807-8656
AutoresFernanda Sousa Ferreira, David Franklin da Silva Guimarães, Quilvilene Figueiredo da Cunha,
Tópico(s)Environmental Sustainability and Education
ResumoA criação das Reservas Extrativistas (RESEX) é resultado da mobilização social organizada dos seringueiros que lutaram pela garantia do território. No entanto, as necessidades dessa população extrapolam a questão da terra. Temas como viabilizar o escoamento da produção para a geração de independência econômica dos extrativistas e suas famílias, o acesso aos produtos alimentícios, de limpeza e higiene pessoal, o acesso aos bens de consumo duráveis foram e continuam sendo tópicos de debate e articulação no contexto da região do Médio Juruá. Este artigo aborda apenas uma das experiências existentes no Médio Juruá, o projeto intitulado ‘Comércio Ribeirinho’, que partiu da ação coletiva e mobilização social para a garantia de direitos e redução de vulnerabilidades sociais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida através do trabalho de campo realizado durante uma viagem de Comercialização do Projeto Comércio Ribeirinho conduzido pela ASPROC. O Comércio Ribeirinho apresenta-se como uma estratégia importante para a sustentabilidade econômica e a segurança alimentar na região do Médio Juruá, representando uma tecnologia social importante para romper com os sistemas tradicionais de aviação e o coronelismo da borracha que marcaram a história do Rio Juruá. Sua execução enfrenta inúmeros desafios principalmente relacionados a logística e ao próprio acesso às comunidades, mas elas são sanadas cotidianamente através das articulações entre as associações e as instituições locais. A própria proposta do projeto ressignifica a comercialização e as relações de trabalho da região, tornando-as mais fraternas, justas e solidárias com as populações locais. Para além da comercialização, o comércio ribeirinho representa na Amazônia uma experiência exitosa no que se refere à gestão territorial participativa e autonomia nas relações de trabalho e produção.
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