Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

USO DE ANÁLOGOS DA TROMBOPOETINA NO MANEJO DA PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA AUTOIMUNE

2023; Elsevier BV; Volume: 45; Linguagem: Português

10.1016/j.htct.2023.09.1715

ISSN

2531-1387

Autores

JVA Duarte, CASA Dalva, VBG Praxades, ALA Cunha, PRB Menezes, MV Horta, NMP Lima, ALS Oliveira, L.P. Fernandes, FB Duarte,

Tópico(s)

Chronic Lymphocytic Leukemia Research

Resumo

Trombocitopenia imune primária (PTI) é uma doença autoimune adquirida caracterizada por trombocitopenia na ausência de uma causa identificável. A patogênese envolve o aumento da destruição da série megacariocítica isolada por autoanticorpos antiplaquetários. Em uma pessoa saudável, as plaquetas anucleadas circulam por 7 a 10 dias e sua vida útil é controlada por um relógio apoptótico. Na púrpura trombocitopênica idiopática, a ligação de anticorpos às plaquetas leva à eliminação por macrófagos através de Fc-mediada de reconhecimento – principalmente no baço ou fígado, ou ambos. Os novos agonistas de receptores trombopoiéticos (TPO-RAs) estimulam a produção de plaquetas. Existem atualmente dois TPO-RAs aprovados para uso em PTI: eltrombopag e romiplostim, ambas são usadas em tratamento de segunda linha. Descrever o manejo terapêutico da púrpura trombocitopênica imune mediante o uso de análogos da eritropoetina. Trata-se de uma revisão de literatura, utilizando as bases PubMed e SCIELO pelos descritores "thrombopoietin analogues" e "primary immune thrombocytopenia", onde essa busca resultou em duas revisões de literatura e um estudo retrospectivo multicêntrico não intervencional. Este último, foi realizado em pacientes com PTI que não respondia a corticoide ou a tratamento com a imunoglobulina intravenosa, e foram tratados com romiplostim ou eltrombopag. Todos estudos com intuito de avaliar a eficácia do tratamento com análogos e a segurança dos mesmos. A púrpura trombocitopênica imunológica trata-se de uma doença adquirida, caracterizada por baixo nível de plaquetas, que geralmente tem resolução autolimitada, mas que pode cursar com queda da contagem plaquetária para níveis que requerem tratamento. Devido à natureza heterogênea da doença, as abordagens terapêuticas convencionais podem falhar, por isso, surge a necessidade da utilização de drogas alternativas. Entre elas, estão os agonistas dos receptores da eritropoetina. De acordo com a literatura revisada, esses medicamentos são indicados para pacientes gravemente afetados e refratários ao tratamento clássico (incluindo a esplenectomia). Além disso, podem ser utilizados como forma de retardar a esplenectomia ou de aumentar o número de plaquetas antes de procedimentos cirúrgicos em trombocitopênicos graves. Apesar de os análogos de trombopoetina de primeira geração terem causado reações imunes adversas, os de segunda geração, como o eltrombopag e o romiplostim têm despontado como excelentes alternativas para aumento e manutenção da produção plaquetária. Em termos de segurança, ambos são bem tolerados e os efeitos colaterais são leves, sendo cefaleia o mais comum. Apesar disso, a incidência de eventos vasculares foi descrita como maior quando comparada ao tratamento clássico da PTI. Entre as complicações mais graves, estão a fibrose de medula óssea e doenças hematológicas malignas, que ainda não têm taxa definida. Estudos mostraram que os novos análogos do receptor de trombopoietina (romiplostim, eltrombopag e avatrombopag) são uma nova opção terapêutica, com boa eficácia, tolerância e segurança. Outros estudos estão sendo realizados utilizando essas drogas para avaliar os seus efeitos a longo prazo e em outras doenças.

Referência(s)