
ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE CONCENTRADOS DE HEMÁCIAS EM CASOS DE EXTREMA URGÊNCIA PARA PACIENTES DO SEXO FEMININO EM UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA NO ANO DE 2022
2023; Elsevier BV; Volume: 45; Linguagem: Português
10.1016/j.htct.2023.09.1390
ISSN2531-1387
AutoresBT Nogueira, P Moraes, PTR Almeida,
Tópico(s)Blood donation and transfusion practices
ResumoAvaliar a utilização dos concentrados de hemácias em transfusões de extrema urgência em pacientes do sexo feminino. Foi realizada uma pesquisa retrospectiva no período de janeiro a dezembro de 2022. Os dados foram coletados através dos indicadores de atendimento da agência transfusional e registros de atendimento do setor e analisados através de estatística descritiva para avaliar as seguintes variáveis: sexo, idade e indicação da transfusão. Foram analisados 59 atendimentos de extrema urgência realizados pela agência transfusional no período de 2022, sendo que 74% dos atendimentos eram destinados a mulheres e 26% para homens e recém natos. Nos atendimentos femininos, 57% dos atendimentos foram destinados para complicações no parto ou pós parto, 9% pós cirurgias plásticas e 34% definidas apenas como sangramentos ativos ou choque hipovolêmico, não sendo possível identificar a causa inicial do evento. Em relação ao hemocomponente enviado, 63% dos atendimentos foram encaminhados concentrados de hemácias O negativo e 37% concentrados de hemácias tipo a tipo, sendo uma média de 2 unidades por paciente. Em relação a faixa etária, 77% das mulheres apresentava idade entre 18‒45 anos. A transfusão de extrema urgência é o termo utilizando quando o retardo no envio do hemocomponente pode ocasionar danos irreversíveis ou risco eminente de morte ao paciente. De acordo com a legislação vigente, preconiza-se o envio de concentrados de hemácias O Negativo nos casos onde não houver tempo para tipagem sanguínea do receptor. De acordo com os dados analisados, o maior número de transfusões emergenciais foi destinado a pacientes do sexo feminino, em sua maioria em idade fértil e por complicações cirúrgicas, principalmente pós parto, o que corresponde com os dados encontrados na literatura pois o potencial de hemorragia maciça após o parto é alto devido ao fluxo da artéria uterina corresponder a aproximadamente 15% do débito cardíaco. Apesar da grande quantidade de transfusões serem realizadas com unidades de hemácias O negativo, foram encaminhadas uma média de duas unidades do hemocomponente por atendimento, pois após o atendimento emergencial, foi possível finalizar os testes de triagem do paciente, determinando seu tipo sanguíneo e posteriormente encaminhando unidades isogrupo. Após os dados expostos, foi possível concluir que no período analisado, a maior proporção de atendimentos de extrema urgência foi destinada ao público feminino em sua maioria em idade fértil. O controle de estoque de hemocomponentes permitiu que os atendimentos fossem realizados de maneira eficaz. Desta maneira, é elucidado que deve-se manter o estoque de maneira satisfatória para suprir os possíveis atendimentos de maternidades, pois em casos de partos emergenciais não a tempo hábil para solicitação de reserva, consequentemente visamos a utilização de concentrados de hemácias O negativo para evitar possível sensibilização de mulheres em idade fértil.
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