
Resposta à Carta às Editoras de Domingues et al.
2023; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 39; Issue: 11 Linguagem: Português
10.1590/0102-311xpt165123
ISSN1678-4464
AutoresMichelle Elaine Siqueira Ferreira, Raquel Zanatta Coutinho, Bernardo Lanza Queiroz,
Tópico(s)Global Maternal and Child Health
ResumoA urgência de um sistema de vigilância de near miss materno, complementar ao sistema de vigilância de óbito materno, no Brasil, emerge da necessidade de compreensão sobre os fatores associados à estagnação do declínio da razão de mortalidade materna (RMM) -mantida em cerca de 60 óbitos por 100 mil nascidos vivos desde meados de 2015, valor que atingiu 110 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos em 2021 1,2 -e de avaliação das políticas voltadas à saúde materna e infantil, para que sejam adaptadas continuamente.Embora, no espectro da morbimortalidade materna, os desfechos maternos graves representem uma pequena parcela das condições que gestantes e puérperas podem experimentar durante o ciclo gravídico-puerperal, a maioria desses desfechos está associada a causas evitáveis 3 .Nesse contexto, ainda que a vigilância do óbito materno tenha contribuído para a elucidação das suas principais causas, os entraves que ainda mantêm a RMM acima do pactuado pelo país carecem de novas evidências.Assim, tendo em vista que os casos de near miss materno são mais prevalentes que os de óbito e considerando a similaridade entre os dois desfechos no que tange às principais causas 4,5 , o near miss materno é um melhor indicador dos avanços e das falhas na assistência obstétrica do que as demais morbidades maternas, que não necessariamente levam gestantes ou puérperas a uma disfunção orgânica e, consequentemente, ao óbito caso não recebam os cuidados necessários.Pensando na potencialidade da investigação dos eventos de near miss materno, em complementariedade à
Referência(s)