Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

HEMOCULTURA POSITIVA PARA BACILLUS SPP.: INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE CASOS

2023; Elsevier BV; Volume: 27; Linguagem: Português

10.1016/j.bjid.2023.103370

ISSN

1678-4391

Autores

Fabiana Silva Vasques, Valeria Egea Bastos Gomes, Aliana M. Fernandes, Cristhieni Rodrigues, Luciana Rodrigues da Silva, Jara Libia Costa Louredo, Leonardo B. Rodrigues, Raquel Keiko de Luca Ito, Odeli Nicole Encinas Sejas, Camilada Silva B icalho, Edson Abdala,

Tópico(s)

Public Health in Brazil

Resumo

Bacillus spp. são bactérias em forma bastonetes, Gram positivas, podendo estar associadas a microbiota cutânea habitual ou a contaminação de amostras clínicas. No entanto, algumas espécies (Bacillus cereus), estão relacionadas a infecções em humanos, especialmente imunodeprimidos. Em nossa Instituição, observamos aumento de Hemoculturas (HMC) positivas para Bacillus spp. no primeiro semestre de 2022(1,08%), quando comparado a 2021(0.06%). Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo descrever a investigação, análise dos casos, e o impacto das medidas de intervenção. Estudo descritivo, retrospectivo, comparativo, realizado em hospital privado de alta complexidade. Etapas das ações. A primeira foi de investigação e análise (abr‒mai/2022), com avaliação do perfil dos pacientes e correlacionando com a unidade de internação. A segunda foi de intervenção (mai‒jul), com a tentativa de identificar possíveis fontes de contaminação das amostras e ações corretivas estruturais e de processos; incluiu auditoria e revisão da coleta e transporte de materiais, seguida por treinamento, revisão dos processos na fase analítica e avaliação da estrutura física laboratorial. A terceira foi de acompanhamento, que se estendeu até fev/2023. Em todas as etapas foram avaliadas as HMC positivas para Bacillus spp. e a taxa de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). Entre jan/2021 e fev/2023, detectamos 118 amostras de HMC positivas para Bacillus spp., em 77 pacientes, porém apenas 7 (9%) pacientes (26 amostras no total) evoluíram com sinais clínicos que resultaram em IRAS. Portanto, 77,9% (n=92) das amostras foram consideradas contaminantes. Este dado infere em uma possível contaminação na fase pré-analítica (coleta e/ou transporte) e/ou na fase analítica (processamento laboratorial da amostra), o que direcionou as principais ações. Analisando apenas o ano de 2022 por semestre, a taxa de positividade das amostras foi de 1,08% no primeiro semestre, para 0,24% no segundo semestre, período após início das intervenções. Nos dois primeiros meses de 2023, a taxa de positividade foi de 0,30%. A investigação demonstrou que a maioria dos casos de Bacillus spp. em hemocultura foi definida como contaminação. Intervenções de auditoria e treinamento, nas fases pré-analíticas e analíticas, foram capazes de diminuir a incidência. Entretanto, ainda se observam oportunidades de intervenção para obtenção de resultados ainda melhores.

Referência(s)