
PREDITORES DE PROTEÇÃO CONTRA COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE VACINADOS DURANTE 5 ONDAS CAUSADAS POR VARIANTES DE PREOCUPAÇÃO DO SARS-COV-2 EM SÃO PAULO, BRASIL
2023; Elsevier BV; Volume: 27; Linguagem: Português
10.1016/j.bjid.2023.102942
ISSN1678-4391
AutoresAlessandra Luna-Muschi, Igor C. Borges, Antonio dos Santos Barboza, Elizabeth de Faria, Marina Farrel Côrtes, Ana Paula M. Barboza, Victor Bertollo Gomes Pôrto, Vanderson de Souza Sampaio, Mariângela Simão, Éster Cerdeira Sabino, Sílvia Figueiredo Costa,
Tópico(s)COVID-19 and Mental Health
ResumoOs fatores de proteção contra as diferentes variantes do SARS-CoV-2 não estão completamente elucidados. Nosso objetivo foi avaliar o efeito das doses vacinais de reforço e infecções prévias no risco de COVID-19 em profissionais de saúde (PS). Este é um estudo caso-controle aninhado numa coorte prospectiva de PS do Hospital das Clínicas/FMUSP. Todos os PS foram acompanhados a partir da administração da segunda dose da vacina contra SARS-CoV-2 até o final da 3° onda da Ômicron com o desfecho de infecção de escape por SARS-CoV-2. As ondas foram classificadas da seguinte forma: Gama (05/03/2021-05/08/2021), Delta (20/08/2021-18/12/2021), 1° Ômicron (25/12/2021–19/03/2022), 2° Ômicron (09/04/2022–30/08/2022) e 3° Ômicron (22/10/2022–20/01/2023). Os casos de infecções de escape foram pareados, por sexo e idade, aleatoriamente com controles na relação 1:2. Os controles foram definidos como PS com ausência de infecção pelo SARS-CoV-2 na onda avaliada. Os preditores de proteção para COVID-19 foram analisados usando o modelo de regressão logística, incluindo as seguintes variáveis independentes: número de doses da vacina, intervalo da última dose até a data da infecção, último tipo de imunizante administrado e intervalo da infecção prévia até a data da infecção atual. Um total de 3972 PS foram incluídos, 79% do sexo feminino, com idade mediana de 44 anos. A vacinação primária foi principalmente (98%) com CoronaVac e 90% receberam pelo menos uma dose de reforço antes do início da era Ômicron, principalmente BNT162b2 (86%). Houve 1491 casos pareados de COVID-19 no período total do estudo e 1255 casos na era Ômicron. Na análise do período total do estudo, foi evidenciado efeito protetor de COVID-19 prévio, em comparação a não ter tido previamente, nos últimos 6 meses (OR = 0.24 [p < 0.001]), 6-12 meses (OR = 0,75 [p = 0.04]) e >12 meses (OR = 0,75[p = 0.001]); e proteção de ter recebido a última dose vacinal nos últimos 6 meses em comparação a 6-12 meses (OR = 1,19 [p = 0.01]) e >12 meses (OR = 1,29 [p = 0.10]). Não foi evidenciado efeito protetor do número de doses de reforço da vacina. Adicionalmente, na era Ômicron, houve menor proteção após dose de reforço da CoronaVac (OR = 1,42 [p = 0.04]) em comparação a BNT162b2. Demonstramos que a proteção conferida por imunidade vacinal ou natural contra SARS-CoV-2 tem redução substancial após 6 meses. Adicionalmente, a dose de reforço vacinal utilizando a CoronaVac apresentou menor proteção em comparação a BNT162b2.
Referência(s)