
Melatonina e endometriose: bases bioquímicas de uma relação potencialmente terapêutica
2023; Brazilian Journal of Development; Volume: 6; Issue: 6 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv6n6-268
ISSN2595-6825
AutoresMariana Luiza de Paula Pessoa, Raquel Resende Da Costa, Fabiano Gomes Batista, Maria Clara Moreira de Oliveira, Rafael Máximo de Barros Canoza, Marcos Túlio Alves Da Rocha,
Tópico(s)Endometriosis Research and Treatment
ResumoA endometriose, doença inflamatória crônica dependente de estrogênio na presença de tecido endometrial ectópico associado a dor e infertilidade, tem sido referida pelo comprometimento da qualidade de vida de mulheres em idade reprodutiva. Trata-se de um tecido com características semelhantes às de malignidades, de etiologia multifatorial e que se manifesta de forma heterogênea. Seu tratamento, baseado no uso de análogos do hormônio liberador de gonadotrofina, supressão da ovulação, uso de anti-inflamatórios não esteroides e intervenções cirúrgicas, ainda constitui um desafio. O hormônio melatonina, por sua vez, secretado, principalmente, pela glândula pineal, tem sido estudado por seu potencial terapêutico mediado por suas funções antioxidantes, anti-inflamatórias e analgésicas para o tratamento dessas lesões. Esta revisão objetiva discorrer sobre potencial terapêutico da melatonina no tratamento da endometriose e expor os principais mecanismos bioquímicos descritos. Nossos resultados incluíram 16 artigos experimentais realizados em roedores, humanos e em cultura de células humanas e elucidaram redução no volume das lesões, melhorias nos escores histopatológicos, modulações de enzimas envolvidas na eliminação de espécies reativas de oxigênio, como superóxido dismutase e catalase, além da regulação de metaloproteinases da matriz, cicloxigenase-2 e fator de crescimento vascular derivado do endotélio, como principais efeitos terapêutico da melatonina. Seu uso ainda foi associado à modulação de vias apoptóticas, marcadores de transição epitélio mesenquimal, senescência celular, fator neurotrófico derivado do cérebro e redução nos escores de dor. Concluímos haver um potencial terapêutico no uso de melatonina para o tratamento dessas lesões, o que demanda maiores investigações.
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