Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Valle lacrimarum

2023; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; Volume: 8; Issue: Especial Linguagem: Português

10.21680/1983-2435.2023v8nespecialid31619

ISSN

1983-2435

Autores

Aline Silveira,

Tópico(s)

Religion and Society in Latin America

Resumo

O conto “Marido”, da escritora portuguesa Lídia Jorge, retrata uma situação cotidiana de violência associada ao vínculo matrimonial da protagonista Lúcia ao marido. Neste artigo, analisamos a representação da violência patriarcal no texto literário supracitado, articulando-a com aspectos formais da narrativa. Para essa abordagem, utilizamos os autores Heleieth Saffioti, Gerda Lerner, Michelle Perrot, Bryan Turner, dentre outros. A partir da leitura do conto, observamos que o discurso religioso cristão, entremeado ao longo da narrativa, evoca a ideia do casamento como algo indissolúvel e sacramentado. A necessidade de proteção sentida por Lúcia, imersa em um espaço confinado e (violento), é reforçada pela reiteração lexical. O jogo de palavras configura ainda marcações de silenciamento. O marido, por sua vez, é construído como figura de representação do poder patriarcal, onipresente desde o título do conto. A leitura do conto “Marido” possibilita enxergarmos alguns operadores patriarcais do silêncio e da submissão da mulher.

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