Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Entre ética e ciência: necessidade e contingência na teoria da ação em Aristóteles

2023; Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português

10.11606/issn.1981-9471.v17i2p71-89

ISSN

1981-9471

Autores

Jaqueline Stefani,

Tópico(s)

Classical Philosophy and Thought

Resumo

Este artigo investiga a possibilidade de questões morais possuírem a mesma natureza de ocorrências no mais das vezes (ὡς ἐπὶ τὸ πολύ) discutidas na Física, Metafísica e nos Analíticos, em contraste com as categorias de necessário sem mais e de acaso/acidente. Tal categoria (ὡς ἐπὶ τὸ πολύ) ora é aproximada daquilo que é necessário (necessidade sem mais), quando Aristóteles realça a exclusão do acaso/acidente da ciência, ora é afastada do necessário sem mais, quando busca especificar as diferenças entre essas categorias em termos das conclusões passíveis de serem obtidas em silogismos de ambos os tipos. O que parece é que as ações decorrentes de um caráter formado são ὡς ἐπὶ τὸ πολύ, podendo ser compreendidas no registro de um necessário hipotético, dado que o caráter é como uma “segunda natureza” do agente. Se tal hipótese for correta, ações decorrentes de um caráter formado não possuiriam estatuto de abertura aos contrários.

Referência(s)