Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Hannah Arendt explica José J. Veiga

2023; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português

10.47328/rpv.v12i2.15931

ISSN

1983-2656

Autores

Luís André Nepomuceno,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Em Origens do totalitarismo (1951), Hannah Arendt propôs considerações decisivas sobre um dos mais complexos modelos políticos do nosso mundo contemporâneo: o totalitarismo, surgido entre as duas guerras e movido pelos estados fascista e comunista. Nesse ensaio, Arendt mostrou que, diferentemente das tiranias e das ditaduras, o totalitarismo conta com o apoio das massas, num projeto que visa sequestrar a consciência do indivíduo em favor do regime político. Essa distinção entre o totalitarismo e a ditadura é altamente reveladora para se compreender a diferença entre o indivíduo submetido à opressão ditatorial e o indivíduo cooptado pelo regime totalitário, sistema que decreta a morte da identidade de quem dele participa. A relação é essencial para se entender a obra do escritor brasileiro José J. Veiga, especialmente em seus romances do chamado “ciclo sombrio”: A hora dos ruminantes (1966), Sombras de reis barbudos (1972), Os pecados da tribo (1976) e Aquele mundo de Vasabarros (1982). Nessa sequência de livros, Veiga investiga os diversos modelos de autoritarismo, considerando que, para além da questão totalitária em si, o autor vivenciou o período da ditadura militar no Brasil. Este artigo busca trazer as conceituações formuladas por Hannah Arendt sobre os diversos modelos de política autoritária e compreender como elas funcionam no “ciclo sombrio” de Veiga.

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