Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Crescimento e eficiência alimentar de tracajás (Podocnemis unifilis) juvenis em cativeiro

2023; Servicios Academicos Intercontinentales; Volume: 16; Issue: 49 Linguagem: Português

10.55905/rdelosv16.n49-026

ISSN

1988-5245

Autores

Jamile da Costa Araújo, Yuri Ian Carvalho Furtado, Deybson dos Santos Oliveira, Willian Marques Ribamar, Paula Tais Cantuária Dos Santos,

Tópico(s)

Aquaculture Nutrition and Growth

Resumo

Dentre os quelônios da Amazônia, o tracajá, Podocnemis unifilis (Troschel, 1848), é uma das espécies mais capturadas para consumo na Amazônia brasileira, integrando a lista de animais vulneráveis à extinção. A espécie apresenta boa condição para criação em cativeiro, adaptando-se facilmente às condições impostas no manejo de criação, além de boa aceitação pelos consumidores. Porém, pouco se sabe sobre o crescimento deste animal em cativeiro. Objetivando estabelecer índices zootécnicos relacionados ao crescimento e eficiência alimentar de tracajá em fase juvenil.foram avaliados vinte animais com peso inicial médio de 548 g ± 62 g, durante 120 dias. Os animais foram alojados em duas caixas d’água de 500L, dez animais por caixa d’água (sem distinção de sexo), contendo 30% de área seca e 70% de área alagada em densidade de estocagem de seis animais/m3. Foram alimentados com ração comercial extrusada para peixe contendo 28% de proteína bruta (PB), a qual foi fornecida de segunda a sexta-feira na proporção de 1% do peso vivo (PV) por dia, às 10h, sendo a sobra recolhida e quantificada após uma hora da oferta. Para avaliação do padrão morfométrico de crescimento dos animais realizaram-se aferições do comprimento da carapaça (CC), largura da carapaça (LC), comprimento do plastrão (CP), largura do plastrão (LP) e altura (A) e Peso (P), a cada quinze dias. A fim de obter o ganho de peso (GP), o índice de eficiência alimentar (IEA) e a taxa de crescimento específico (TCE). As médias obtidas das taxas de crescimento diário das medidas morfométricas avaliadas foram: CC: 0,04mm/dia; LC: 0,06mm/dia; CP: 0,04mm/dia; LP: 0,03mm/dia; A: 0,02mm/dia. Observou-se que o maior crescimento nesta fase de produção foi em largura de carapaça, seguido por comprimento de carapaça e de plastrão, largura do plastrão e altura, respectivamente. Foi observada a média de 0,42 g/animal/dia de GP diário. O CR foi de 0,51% PV/dia, considerado baixo, principalmente quando comparado com outras espécies da aquicultura, o que é um ponto positivo. Entretanto, a CA foi de 7,57, considerada alta. Já o IEA obtido foi de 0,13 e a TCE de 0,08%/dia, os quais são bem menores em comparação aos animais já domesticados e com o sistema de produção estruturado. Deste modo, foi possível estabelecer índices zootécnicos, até o momento inexistentes, para esta espécie, na fase juvenil. O conhecimento do padrão de crescimento, assim como sua quantificação, possibilita um planejamento do sistema de produção e de escoamento do produto, facilitando o manejo e diminuindo as possibilidades de insucesso da produção.

Referência(s)